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Manifestantes vão para CDP; advogados entram com pedido de habeas corpus

Marivaldo Carvalho

Do UOL, em São Paulo

31/07/2013 18h23Atualizada em 31/07/2013 21h27

Denunciados por formação de quadrilha, dano qualificado, resistência e desacato, os cinco manifestantes que foram presos em flagrante pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na noite de terça-feira (30) serão encaminhados ainda nesta semana para o CDP (Centro de Detenção Provisória). Os advogados Luiz Guilherme Ferreira e Geraldo Santamaria Neto, que defendem os cinco presos, entraram nesta quarta-feira (31) com pedido de habeas corpus. 

Thiago Carvalho Frias, 31, Francisco de Campos Lopes, 20, Andresa Macedo dos Santos, 19, Nicolas Gomes de Deus, 20, e Bruno Torres Mendes Soares, 19, são acusados de depredar duas agências do banco Santander na avenida Rebouças e uma agência de carros da Chevrolet, em Pinheiros, na zona oeste, além de apedrejar uma viatura da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite de Polícia Militar de São Paulo, na noite de terça-feira (30), enquanto participavam de uma manifestação contra o governador de São Paulo, que pedia "Fora, Alckmin". 

Para o delegado titular do 14º DP, Gilmar Contrera, os policiais relataram que os manifestantes são grupo do Black Bloc. "Apreendemos marreta, martelo e pedra. Já estão marcando mais uma manifestação para sexta-feira pelo Facebook. Estamos acompanhando", disse.

Dos 20 detidos na noite de ontem, apenas cinco estão presos. "Não foi possível identificar a conduta os outros 15", afirmou o delegado-titular.

As duas agências do Santander depredadas e pichadas já recebiam os reparos nesta quarta-feira. O pintor Jaime Bonilha, 49, que pintava e trocava os vidros nesta tarde, calculou em R$ 20 mil o serviço.

"Não é protesto. É vandalismo, mas a gente sabe que não é todo mundo, e sim um ou dois. Estou fazendo meu serviço", diz. As agências funcionaram normalmente nesta quarta-feira. Os carros depredados e pichados da agência Carrera, da Chevrolet, haviam sido retirados da loja. 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira no Palácio dos Bandeirantes, durante anúncio de vagas para  curso de inglês, que a polícia agiu rapidamente tanto que prendeu cinco que fizeram baderda. "A população de São Paulo não suporta isso e que é o dever da polícia agir com rigor", disse o governador.         

Outro lado

Os advogados Luiz Guilherme Ferreira e Geraldo Santamaria Neto deram entrada nesta quarta-fera (31) com pedido de relaxamento do flagrante e liberdade provisória no Fórum Criminal da Barra Funda. 

"A polícia usou força além do necessário. Não encontraram nada com meus clientes”, afirmou Ferreira.