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Para cobrar pensão, família pedirá à Justiça do Rio reconhecimento da morte de Amarildo

O caso Amarildo está repercutindo também no exterior. Manifestações individuais e coletivas ocorreram em Nova York (foto) e Buenos Aires - Band Entretenimento/Reprodução
O caso Amarildo está repercutindo também no exterior. Manifestações individuais e coletivas ocorreram em Nova York (foto) e Buenos Aires Imagem: Band Entretenimento/Reprodução

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

05/08/2013 13h45

A família do pedreiro Amarildo de Souza, 42, vai pedir nesta segunda-feira (5) ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) a morte presumida do ajudante de pedreiro, desaparecido desde o dia 14 de julho, quando foi levado por PMs à sede da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, favela da zona sul da capital fluminense.

Segundo João Tancredo, advogado que representa a família, o reconhecimento da morte é necessário para lavrar a certidão de óbito e assim entrar com um pedido de pensão junto ao governo do Estado, além de permitir que o Ministério Público entre com uma ação para investigar o caso.

"A família tem certeza de que ele está morto. A Bete [esposa de Amarildo] viu quando ele foi algemado e levado pelos policiais, procuraram por ele por toda a comunidade. A outra hipótese levantada pela polícia, de que ele foi morto por traficantes e levado pelo caminhão de lixo também corrobora o assassinato”, afirmou o advogado.

Tancredo pretende pedir ao menos um salário mínimo de pensão ao governo do Estado, considerado responsável pela morte, além de indenização por danos morais.

À época do desaparecimento o comandante da UPP, major Edson dos Santos, disse que o pedreiro deixou a unidade caminhando, após prestar esclarecimentos. Duas câmeras de monitoramento da base da UPP, que poderiam confirmar a versão do oficial, não estavam funcionando naquela noite.

Polícia Civil busca pistas

Os equipamentos de GPS (Sistema de Posicionamento Global, por satélites) das viaturas da UPP também estavam desligados, impedindo de se conhecer o trajeto dos carros.

Parentes do pedreiro e moradores da comunidade têm feito manifestações frequentes pedindo informações sobre o paradeiro dele. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse em entrevista que também quer saber onde está o pedreiro.

O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse na sexta-feira (2) que, se for comprovado envolvimento de policiais no desaparecimento de Amarildo, eles serão expulsos da PM e levados à Justiça.