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Empresa contratada por loja mudou projeto de prédio que desabou, diz advogado

Do UOL, em São Paulo

27/08/2013 13h19Atualizada em 27/08/2013 19h23

A inclusão de elevadores e escadas rolantes alterou o projeto original do prédio que desabou nesta terça-feira (27) na zona leste de São Paulo. Tais alterações foram feitas por uma empresa de engenharia contratada pelo Magazine Torra Torra, segundo o advogado do proprietário do terreno.

De acordo com Edilson Carlos dos Santos, advogado de Mostafa Abdallah Mustafa, dono do terreno onde ocorreu o desabamento, o contrato de locação foi entregue a rede de varejo  no em 25 de agosto, mas antes a rede já havia contratado engenheiros que estavam trabalhando na reforma.

“O imóvel já havia sido entregue ao Torra Torra e a empresa de engenharia contratada por ela estava fazendo alterações, colocando elevadores, escadas rolantes, que mexeram na parte estrutural do imóvel para adequar a necessidade deles. Depois disso é que vieram aparecer os problemas”, disse Santos.

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Um prédio de dois pavimentos desabou às 8h35 desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo, e deixou ao menos seis mortos e 24 feridos. Além disso, de nove a dez vítimas ainda estão soterradas, duas delas, apenas, conscientes. As informações são do major Anderson de Oliveira Lima, do Corpo de Bombeiros, e do capitão Marcos Palumbo, porta-voz da corporação.

Em nota, o Magazine Torra Torra confirmou que tinha um contrato de locação do terreno, e que contratou uma empresa de engenharia para realizar uma avaliação sobre as condições de uso do prédio. Mas afirmou que obras de acabamento seriam feitas somente depois de um atestado de segurança do prédio.

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“Caso esse laudo técnico fosse positivo, atestando a segurança estrutural, a rede então faria o acabamento para abrigar mais uma unidade”, declarou. 

“Dessa forma, o Magazine Torra Torra não tem nenhuma responsabilidade sobre a parte de engenharia civil”, reiterou em nota. A empresa também negou ter feito qualquer intervenção na estrutura do imóvel.

"Tanto o Magazine Torra Torra quanto a Salvatta Engenharia consideram-se também vítimas da irresponsabilidade dos proprietários e estão à disposição das autoridades para colaborar na apuração dos fatos, bem como tomarão todas as medidas legais que se fizerem necessárias contra os responsáveis", concluiu a nota. 

O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), que fiscaliza a atividade profissional dessas áreas, enviou equipes ao local do desabamento pela manhã, mas não informou quais dados da obra foram garimpados.

 

O desabamento

O prédio que desabou por completo, do tipo comercial, estava em construção na avenida Mateo Bei, na altura do número 2600. Ao menos 20 veículos dos bombeiros e 60 homens estão no local, além de dois cães farejadores e dois helicópteros da Polícia Militar.

Um posto médico avançado foi montado no local para atender as vítimas que forem localizadas e resgatadas. As causas do desabamento serão investigadas pela perícia. "Mas há indícios de que alguma coisa não andou bem durante essa obra", disse Palumbro, referindo-se às informações preliminares, coletadas no local, de que o prédio estava em obras havia cerca de três meses.

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Equipes da Defesa Civil municipal também estão no local para vistoriar casas e estabelecimentos que tenham sofrido eventual impacto com o desabamento. Quatro casas vizinhas foram interditadas diante de risco de novas quedas.

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