Topo

Jovens usam internet para marcar encontros e causam tumultos em shoppings de Belo Horizonte

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

02/09/2013 12h13

As polícias Civil e Militar de Minas Gerais tentam lidar com reuniões de jovens que vêm trazendo intranquilidade a frequentadores e donos de lojas em shoppings de Belo Horizonte. Nas últimas semanas, os participantes marcaram eventos aparentemente pacíficos pelas redes sociais na internet, mas que se transformam em brigas e atos de vandalismo na porta e no interior de centros de compras na capital mineira.

A mais recente confusão se deu no dia 24 do mês passado, um sábado, quando lojistas precisaram baixar as portas por volta das 16h dos estabelecimentos comerciais localizados no Minas Shopping, na região nordeste de Belo Horizonte, em razão de uma correria provocada por participantes do evento nos corredores do local, o que levou pânico aos frequentadores.

Os comerciantes reclamaram de prejuízos, já que o local funciona até as 22h, mas os clientes deixaram o local com medo do tumulto. Segundo o Ministério Público (MP), que está acompanhando os casos, alguns dos participantes portavam armas e fogos de artifício.

Anteriormente, o shopping Estação BH, na região norte da capital, foi alvo de dois eventos realizados nos dias 15 e 17 do mês passado. No último, a Polícia Militar foi acionada para conter aproximadamente 60 jovens que teriam invadido o local para brigar

Na ocasião, conforme o MP, “sob pretexto de confraternização e organizados pelo Facebook”, uma multidão de jovens se aglomerou em uma das entradas “causando danos a uma das portas de acesso e pânico a clientes e lojistas”, de acordo com o órgão.

Ainda de acordo com o MP, os eventos são agendados pelos organizadores para que os jovens possam “conhecer, namorar, paquerar, ficar e outras coisas”. No entanto, o órgão afirmou ter detectado comentários nas páginas dos eventos conclamando os participantes a praticarem atos de vandalismo, roubo e uso de drogas.

Reunião

Uma reunião foi realizada na Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CBL-BH) no intuito para analisar o fenômeno recente na capital mineira.  No encontro, feito no dia 29 de agosto e que contou com a participação de representantes das polícias Civil e Militar e do MP, foram debatidas ideias para tentar conter o problema.

Para o coronel Antônio Carvalho, comandante do policiamento especializado da capital, os eventos podem ser fruto das manifestações ocorridas com maior intensidade no país no mês de junho deste ano. O Ministério Público lançou apelo aos pais para que monitorem os filhos e os orientem em relação aos riscos de se envolverem em atos de vandalismo e brigas.

No último sábado (3), um evento similar aos anteriores estava programado para ocorrer no shopping Boulevard, na região leste de Belo Horizonte. A direção do local triplicou o número de seguranças e pediu auxílio à polícia, que montou um esquema de policiamento ostensivo nas imediações do local.

Segundo o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Davidson Cardoso, não foram registrados tumultos no local. Ele afirmou que a entidade e a Polícia Civil, que trabalha para tentar identificar os líderes que organizam os eventos, estão monitorando as redes sociais para mapear outros shoppings que porventura venham a ser escolhidos como pontos de encontros dos jovens.