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Comandante da PM anuncia batalhão especial para atuar em protestos e eventos

Durante os protestos que vêm ocorrendo quase diariamente no Rio de Janeiro desde junho, o policiamento é reforçado - Reynaldo Vasconcelos/Futura Press
Durante os protestos que vêm ocorrendo quase diariamente no Rio de Janeiro desde junho, o policiamento é reforçado Imagem: Reynaldo Vasconcelos/Futura Press

Felipe Martins

Do UOL, no Rio

19/09/2013 09h54

O comandante da Polícia Militar, coronel Luis Castro Menezes, anunciou a criação de um batalhão para atuar nas manifestações que ocorrem no Rio de Janeiro. De acordo com Castro, a expectativa é colocar os policiais nas ruas em 2014 para atuar em grandes eventos, como jogos de futebol e shows na praia, assim como Copa do Mundo e Olimpíadas.

Protestos no Rio de Janeiro
Protestos no Rio de Janeiro
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“Estamos fechando efetivo, como vai ser a estrutura. A gente vai lançar mão desse efetivo tanto para manifestações como também em qualquer outro grande evento”, afirmou o comandante.

A previsão do estudo em andamento é de que pelo menos 500 homens façam parte do novo batalhão. Ainda segundo o comandante da PM, o batalhão será formado por policiais que já estão na corporação, que serão treinados para a formação do contingente.  “A gente vai fazer um remanejamento, aproveitando o efetivo já existente. Nossa expectativa é que até o ano que vem tenhamos essa formação, mas ainda sem uma data definida”, disse.

A criação do novo batalhão faz parte de um processo de adaptação “à nova realidade dos protestos no Rio”, conforme diz o coronel Cláudio Costa, relações-públicas da PM. “A gente vem mudando a forma de atuar. Criamos os policiais alfanuméricos, não usamos mais bala de borracha, diminuímos a quantidade do uso de gás. Com essa unidade, não vai ser diferente”, afirmou.

Desde o início das manifestações, 11 policiais foram afastados e são investigados por excessos. Durante os protestos, muitos PMS foram escalados para trabalhar em dia de folga.

“É uma medida para que os batalhões não tenham que usar os policiais de folga, tanto para manifestações, como para jogos, para shows. Isso, é claro, vai desonerar o uso do efetivo das unidades”, disse o coronel.

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Para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a expectativa é de que o novo batalhão atue juntamente com outras unidades da PM. "Evidentemente que para estes dois eventos esportivos nós vamos precisar de um número maior de policiais, mas com certeza esse novo efetivo vai estar todo comprometido, contando com o apoio de policiais de outras unidades", disse o coronel Cláudio Costa.

Despreparo

Desde quando os protestos começaram, em junho desde ano, foram registrados diversos casos de despreparo dos policiais militares que atuam nas manifestações. Entre os mais recentes, estão o atropelamento de uma pessoa, agressão a uma jovem e o lançamento de bomba de gás na frente de uma delegacia da Polícia Civil.

Na última semana, vídeos divulgados no YouTube mostraram o momento em que um carro da Polícia Militar atropelou um idoso na avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense, em meio a uma manifestação. Segundo as imagens, o veículo foi embora sem prestar socorro à vítima, que ficou caída no chão.

No final de agosto, a PM afastou os dois policiais que agrediram a estudante de cinema Rani Messias, 19, durante um protesto no centro. Em um vídeo postado no YouTube, é possível ver a estudante caída no chão sendo atingida por socos, chutes e cassetetes pelos policiais.

No dia 15 de agosto, a Polícia Civil abriu cinco inquéritos para apurar a conduta da Tropa de Choque da Polícia Militar durante um protesto contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) nas ruas dos bairros de Laranjeiras e Catete, na zona sul da capital. Policiais militares entraram em confronto com manifestantes, e um dos embates ocorreu em frente à 9ª DP (Catete).

As bombas de gás lacrimogêneo jogadas pela Tropa de Choque atingiram a frente do distrito. No interior, alguns policiais civis se sentiram mal com o cheiro e chegaram a ser ajudados por socorristas que estavam no local.