Topo

Concessionária reconhece erro em caso de furto de vigas da Perimetral, no Rio

Giuliander Carpes

Do UOL, no Rio

10/10/2013 16h53

O consórcio Porto Novo, responsável pelas obras de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, reconheceu que errou no caso do furto de seis vigas retiradas do Elevado da Perimetral. Mas tentou compartilhar a responsabilidade com a prefeitura e a Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro).

“Nós subestimamos a capacidade das pessoas que fizeram isso [furtaram as vigas] e não havia a segurança que talvez seria necessária para que isso fosse evitado”, afirmou o presidente do consórcio, José Renato Ponte, que participou de uma entrevista coletiva para divulgar o plano de trânsito que será colocado em prática para a derrubada de outra parte da Perimetral, da altura da rodoviária até a praça Mauá.

“Estamos tão estupefatos e fomos tão surpreendidos quanto qualquer outra pessoa com a coragem dos ladrões de chegarem lá e roubaram as vigas”, salientou Ponte. Ele informou que o terreno onde estavam as vigas está fora da sua área de concessão e pertence à prefeitura.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que vai exigir da concessionária o reembolso do valor das vigas. Mas Paes falou em apenas R$ 150 mil, enquanto um especialista consultado pelo UOL estimou em R$ 1,44 milhão o preço de todo o material levado, já que o aço corten resiste à corrosão e tem vida útil de até 400 anos.

“Essa questão de valor não cabe nem discutir. Este material deve ter sido vendido como sucata a R$ 1 o quilo. Não sei os valores. Não se pode tolerar roubo de qualquer que seja o bem público, nem de um parafuso”, disse Ponte.

O responsável pelo consórcio não quis falar em reembolso enquanto o inquérito da polícia não for finalizado.

“Vamos apurar, ver o que aconteceu. A Porto Novo não roubou as vigas. Nós achamos que não precisaria ter um guarda lá, só isso. É uma responsabilidade compartilhada nossa e da Cdurp. Isso é um caso de polícia. Quando sair o resultado do inquérito, o responsável vai ser penalizado”, defendeu-se.

A Cdurp afirmou, em nota, que a responsabilidade total pela guarda do material era apenas do consórcio Porto Novo. O UOL entrou em contato com a prefeitura para averiguar de quem seria a responsabilidade pelo terreno, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.