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Protesto interrompe circulação de trens na zona leste de São Paulo

Estação Brás, na área central de São Paulo, fica lotada após interrupção da circulação de trens devido a protesto por moradia, que bloqueou parte dos trilhos da Linha 12- Safira da CPTM, na zona leste - Gutemberg Gonçalves/Futura Press
Estação Brás, na área central de São Paulo, fica lotada após interrupção da circulação de trens devido a protesto por moradia, que bloqueou parte dos trilhos da Linha 12- Safira da CPTM, na zona leste Imagem: Gutemberg Gonçalves/Futura Press

Do UOL, em São Paulo

17/10/2013 17h20Atualizada em 17/10/2013 19h27

Um protesto realizado por moradores em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, interrompeu a circulação de trens da linha 12 - Safira da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) durante mais de três horas nesta quinta-feira (17). 

De acordo com a CPTM, a movimentação de trens foi paralisada às 16h30 depois que manifestantes atearam fogo em objetos sobre os trilhos, impedindo a circulação de trens entre as estações Brás, na área central, e São Miguel Paulista, na zona leste, nos dois sentidos da via.

Por volta das 19h40, o trecho interditado foi liberado e a circulação de trens começou a ser normalizada. A interrupção provocou lotação nas estações da linhas 11 - Coral, da CPTM, e 3 - Vermelha, do Metrô.

Ainda segundo a companhia, a operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência) não pôde ser acionada porque moradores protestavam também na avenida Doutor Assis Ribeiro, em São Miguel Paulista, o que impossibilitou a movimentação de ônibus.

A Polícia Militar estima que 180 pessoas participaram do ato. Os manifestantes incendiaram pneus e pedaços de madeira e bloquearam os dois sentidos da avenida. O fogo se espalhou por galpões perto do local do protesto. Homens do Corpo de Bombeiros apagaram o incêndio.

Violência em atos reflete o sofrimento do cidadão,
afirma ex-secretário

  • Moacyr Lopes Junior/ Folhapress

Policiais e manifestantes entraram em confronto. Os PMs lançaram bombas de efeito moral para dispersá-los. O protesto terminou às 22h. Policiais continuavam na localidade por volta das 23h, onde faziam "patrulhamento preventivo", segundo a PM. Não há informações sobre presos ou feridos. 

Os participantes do ato são moradores da comunidade Pantanal e protestam contra uma reintegração de posse que deve ser realizada no próximo mês. Os manifestantes escreveram mensagens na pista, como "Só queremos moradia".

Segundo a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), a área ocupada pelas famílias foi invadida no começo de setembro. 
 
"São quinze áreas no núcleo União de Vila Nova, destinadas a implantação de praças, ruas e escolas. O núcleo é uma ocupação irregular que está sendo urbanizada pela CDHU", informa em nota.
 
Ainda de acordo com a companhia, os ocupantes são da própria União de Vila Nova. "Para garantir a conclusão do projeto [de urbanização], a CDHU ajuizou ação de reintegração de posse, que foi deferida pela Justiça", diz o comunicado. 
 
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) orienta os motoristas que seguem em direção ao bairro que usem como opção as avenidas Paranaguá, Abel Tavares e São Miguel. Já quem vai em direção ao centro pode optar pela rua Custódia de Lima e avenida São Miguel.