Topo

Manifestantes voltam a interromper circulação de trens na zona leste de SP; duas pessoas foram detidas

Manifestantes colocam fogo em trilho da linha da CPTM em protesto contra a reintegração de posse de uma área na zona leste da capital paulista - Gero/Futura Press
Manifestantes colocam fogo em trilho da linha da CPTM em protesto contra a reintegração de posse de uma área na zona leste da capital paulista Imagem: Gero/Futura Press

Do UOL, em São Paulo

21/10/2013 17h36Atualizada em 21/10/2013 20h35

Um protesto realizado em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, interrompeu a circulação de trens da linha 12 - Safira da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) durante cerca de uma hora na tarde desta segunda-feira (21). Duas pessoas foram detidas durante o ato. Pela manhã, houve confronto entre manifestantes e a PM durante reintegração de posse na região.

De acordo com a CPTM, a movimentação de trens foi paralisada às 17h depois que manifestantes atearam fogo em objetos sobre os trilhos, impedindo a circulação de trens entre as estações Brás, na área central, e São Miguel Paulista, na zona leste, nos dois sentidos da via.

Às 18h, os trens voltaram a circular e, cerca de 30 minutos depois, as estações foram reabertas. Pouco antes das 20h, manifestantes voltaram a queimar objetos nos trilhos, mas o fogo foi controlado pela própria CPTM. 

Cerca de 200 manifestantes participaram do protesto na rua Papiro do Egito, perto da avenida Doutor Assis Ribeiro, em São Miguel Paulista, segundo a Polícia Militar. Duas pessoas foram detidas, uma delas após ter atirado uma pedra contra o carro da PM, informou a polícia. Um dos presos foi levado para o 63º DP (Vila Jacuí). A PM não soube informar para onde foi o segundo.

Ao menos três carros foram incendiados, de acordo com a Band. PMs usaram bombas de efeito moral para dispersar os participantes do protesto. Por volta das 20h30, homens do Batalhão de Choque continuavam na localidade. 

Os manifestantes são moradores do Jardim Pantanal e protestam contra a reintegração de posse ocorrida nesta segunda-feira. Tratores demoliram 500 edificações espalhadas em dez áreas que somam 21 mil metros quadrados, em cumprimento a uma ordem judicial. 

Na última quinta-feira (17), moradores da mesma comunidade realizaram protesto na região contra a desocupação, interrompendo a circulação de trens durante mais de três horas. Eles também bloquearam a avenida Doutor Assis Ribeiro e atearam fogo em galpões.

Segundo a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), a área ocupada pelas famílias foi invadida no começo de setembro. 
 
"São quinze áreas no núcleo União de Vila Nova, destinadas a implantação de praças, ruas e escolas. O núcleo é uma ocupação irregular que está sendo urbanizada pela CDHU", informa em nota.