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Contra cooptação de policiais pelo PCC, Corregedoria cria unidade especializada

Do UOL, em São Paulo

22/10/2013 08h01

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo criou uma unidade para evitar que seus agentes sejam corrompidos pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O anúncio foi feito no Diário Oficial desta terça-feira (22) - sem citar nominalmente o grupo. 

A origem do PCC

A facção criminosa PCC foi criada em agosto de 1993, num presídio de Taubaté (a 140 km de São Paulo).

Ela surgiu após o massacre do Carandiru, ação policial que deixou 111 presos mortos na invasão do pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção.

O grupo fundador do PCC reivindicava o fim da linha dura e dos maus-tratos contra os presos.

Marcola assumiu a chefia da facção no final de 2002. Ele está preso por roubo a bancos.

De acordo com a portaria, a medida é necessária após "notícias de que criminosos tentam corromper as forças de segurança". Este mês várias denúncias apontaram que policiais teriam achacado integrantes do PCC.

Chamada de Ecofac (Equipe Corregedora de Combate a Facções Criminosas), a unidade tem como objetivo prevenir a “cooptação de agentes públicos ou agentes de segurança por facção criminosa”. 

Cabe à Ecofac "coletar e analisar dados" para apoiar as investigações disciplinares. Os policiais que integrarão a equipe serão remanejados dentro da Corregedoria, mas continuarão a desempenhar suas funções originais.

Corrupção na polícia

No dia 15 um tenente da Polícia Militar foi preso por suspeita de associação e envolvimento com criminosos ligados ao grupo, e ao menos 18 são investigados por achaques aos criminosos.

Ao todo, 12 dos casos envolveriam policiais civis do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), do Denarc (Departamento estadual de Investigações sobre Narcóticos) e delegacias de São Paulo e de Santo André, no Grande ABC. No caso da Polícia Militar, a maioria dos casos envolveria homens de batalhões da Grande São Paulo, entre eles três tenentes da PM.