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Vistoria não encontra irregularidades no instituto Royal, diz Prefeitura de São Roque (SP)

Do UOL, em Sorocaba (SP)

24/10/2013 14h47

Uma comissão da Prefeitura de São Roque (a 66 km de São Paulo) fez uma vistoria no Instituto Royal na manhã desta quinta-feira (24) para verificar as condições do local, conhecido por realizar testes de laboratório em cães, coelhos e ratos para a pesquisa de medicamentos. De acordo com o prefeito da cidade, Daniel de Oliveira Costa (PMDB), que também participou da ação, o laboratório está em "perfeitas condições" e não existe nenhum indício de maus-tratos. Com isso, segundo ele, o alvará de funcionamento do instituto foi mantido.

"A estrutura do local está em perfeitas condições. Não vejo motivo para cassar o alvará", disse o prefeito.

A vistoria foi acompanhada pela imprensa e também por um pequeno grupo de ativistas que defendem os animais. Além da comissão, de advogados e de funcionários do instituto, ninguém mais foi autorizado a entrar no prédio. Ainda assim, a Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança.

O que a polícia investiga

Invasão e furtoMaus-tratos
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), cerca de 80 pessoas entraram no Instituto Royal, destruíram o local, levaram cães e equipamentos eletrônicos.

Ativistas serão ouvidos pela polícia e podem ser indiciados pelo crime de furto qualificado
As denúncias de que os animais eram vítimas de maus-tratos no instituto também serão investigadas.

Uma perícia foi realizada no local. De acordo com a SSP, representantes da empresa serão convocados para prestar depoimento

Investigações

Também hoje de manhã, durante entrevista coletiva, a polícia informou que a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Sorocaba (a 98 km de São Paulo) será a responsável pelas investigações de furto dos cachorros da raça beagle do instituto, além da apuração das denúncias de supostos maus-tratos contra os animais do laboratório.

De acordo com o delegado seccional Marcelo Carriel, a decisão foi tomada por conta da amplitude dos fatos, de modo que o delegado de São Roque atuará em parceria com os de Sorocaba. “[O delegado] Marcelo Pontes tem todas as informações colhidas até agora. Ele vai passar os dados do inquérito à equipe da DIG, que tem um contingente maior de pessoas para investigar o caso”, explicou.

Além disso, Carriel informou que a polícia local vai receber ajuda da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para identificar os vândalos responsáveis pela depredação do laboratório onde os cães eram submetidos a testes e também pelo incêndio em carros da imprensa.

A polícia manteve em São Roque apenas a investigação sobre o caso de depredação, já o furto dos animais feito pelos ativistas e também a denúncia de maus-tratos ficam sob a responsabilidade da DIG.

“A partir de agora, todos os depoimentos serão em Sorocaba. Por enquanto, 20 pessoas foram identificadas como participantes da invasão, mas as investigações continuam”, disse o delegado seccional. “Esses depoimentos serão feitos até a próxima segunda-feira (28).”

 

Instituto nega maus-tratos

Ao todo, 178 cachorros da raça beagle foram retirados do Royal durante a madrugada da última sexta-feira (18) por um grupo de ativistas que protestavam em frente ao local. Mesmo com a presença da polícia, as pessoas entraram e retiraram os cachorros que estavam presos em gaiolas. O instituto realiza testes com produtos farmacêuticos não só nos cães, como também em coelhos e ratos.

De acordo com os ativistas, a denúncia era a de que os cachorros estavam sendo sacrificados com métodos cruéis. O mesmo instituto já tinha sido alvo de outras denúncias ao Ministério Público.

O instituto Royal, por meio de seu advogado, negou qualquer tipo de irregularidade. Os representantes informaram que a empresa está registrada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que trabalha conforme as determinações legais.

O laboratório onde os cães eram deixados foi totalmente depredado pelos manifestantes. Nessa quarta (22), a instituição divulgou um vídeo de esclarecimento no qual a diretora-geral, Silvia Ortiz, informou que os cachorros não eram usados em testes de produtos de limpeza, como chegou a ser dito por ativistas de direitos dos animais nas redes sociais.