Vistoria não encontra irregularidades no instituto Royal, diz Prefeitura de São Roque (SP)
Uma comissão da Prefeitura de São Roque (a 66 km de São Paulo) fez uma vistoria no Instituto Royal na manhã desta quinta-feira (24) para verificar as condições do local, conhecido por realizar testes de laboratório em cães, coelhos e ratos para a pesquisa de medicamentos. De acordo com o prefeito da cidade, Daniel de Oliveira Costa (PMDB), que também participou da ação, o laboratório está em "perfeitas condições" e não existe nenhum indício de maus-tratos. Com isso, segundo ele, o alvará de funcionamento do instituto foi mantido.
"A estrutura do local está em perfeitas condições. Não vejo motivo para cassar o alvará", disse o prefeito.
A vistoria foi acompanhada pela imprensa e também por um pequeno grupo de ativistas que defendem os animais. Além da comissão, de advogados e de funcionários do instituto, ninguém mais foi autorizado a entrar no prédio. Ainda assim, a Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança.
O que a polícia investiga
Invasão e furto | Maus-tratos |
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), cerca de 80 pessoas entraram no Instituto Royal, destruíram o local, levaram cães e equipamentos eletrônicos. Ativistas serão ouvidos pela polícia e podem ser indiciados pelo crime de furto qualificado | As denúncias de que os animais eram vítimas de maus-tratos no instituto também serão investigadas. Uma perícia foi realizada no local. De acordo com a SSP, representantes da empresa serão convocados para prestar depoimento |
Investigações
Também hoje de manhã, durante entrevista coletiva, a polícia informou que a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Sorocaba (a 98 km de São Paulo) será a responsável pelas investigações de furto dos cachorros da raça beagle do instituto, além da apuração das denúncias de supostos maus-tratos contra os animais do laboratório.
De acordo com o delegado seccional Marcelo Carriel, a decisão foi tomada por conta da amplitude dos fatos, de modo que o delegado de São Roque atuará em parceria com os de Sorocaba. “[O delegado] Marcelo Pontes tem todas as informações colhidas até agora. Ele vai passar os dados do inquérito à equipe da DIG, que tem um contingente maior de pessoas para investigar o caso”, explicou.
Além disso, Carriel informou que a polícia local vai receber ajuda da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para identificar os vândalos responsáveis pela depredação do laboratório onde os cães eram submetidos a testes e também pelo incêndio em carros da imprensa.
A polícia manteve em São Roque apenas a investigação sobre o caso de depredação, já o furto dos animais feito pelos ativistas e também a denúncia de maus-tratos ficam sob a responsabilidade da DIG.
“A partir de agora, todos os depoimentos serão em Sorocaba. Por enquanto, 20 pessoas foram identificadas como participantes da invasão, mas as investigações continuam”, disse o delegado seccional. “Esses depoimentos serão feitos até a próxima segunda-feira (28).”
Instituto nega maus-tratos
Ao todo, 178 cachorros da raça beagle foram retirados do Royal durante a madrugada da última sexta-feira (18) por um grupo de ativistas que protestavam em frente ao local. Mesmo com a presença da polícia, as pessoas entraram e retiraram os cachorros que estavam presos em gaiolas. O instituto realiza testes com produtos farmacêuticos não só nos cães, como também em coelhos e ratos.
De acordo com os ativistas, a denúncia era a de que os cachorros estavam sendo sacrificados com métodos cruéis. O mesmo instituto já tinha sido alvo de outras denúncias ao Ministério Público.
O instituto Royal, por meio de seu advogado, negou qualquer tipo de irregularidade. Os representantes informaram que a empresa está registrada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que trabalha conforme as determinações legais.
O laboratório onde os cães eram deixados foi totalmente depredado pelos manifestantes. Nessa quarta (22), a instituição divulgou um vídeo de esclarecimento no qual a diretora-geral, Silvia Ortiz, informou que os cachorros não eram usados em testes de produtos de limpeza, como chegou a ser dito por ativistas de direitos dos animais nas redes sociais.
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