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Casal homossexual faz BO contra churrascaria por ser impedido de participar de promoção

Do UOL, em Campinas (SP)

29/10/2013 15h48

Um casal homossexual de Piracicaba (164 km de São Paulo) vai processar uma churrascaria da cidade por preconceito e discriminação. Mario Sérgio Rissão, 24, e Cristian Roberto de Souza, 23, registraram boletim de ocorrência contra o estabelecimento alegando que foram impedidos de participar de uma promoção para casais na noite de domingo (27).

Segundo Rissão, há alguns dias ele ligou na churrascaria para perguntar se havia uma promoção para casal e foi informado que o casal pagaria R$ 68 pelo rodízio. O preço normal é R$ 40 por pessoa.

"Quando me falaram o preço promocional eu disse que iria com meu namorado, aí o atendente disse que o desconto só valia para homem e mulher e desligou o telefone na minha cara, mas eu deixei passar, não percebi que já era uma atitude preconceituosa", disse.

Ainda segundo ele, no domingo, os dois decidiram ir até a churrascaria para aproveitar a oferta, mas quando chegaram foram informados que não havia nenhuma promoção para casal.

“De qualquer forma, decidimos comer, quando eu peguei meu prato e comecei a me servir, chegou um casal de homem e mulher e perguntou também sobre a promoção. O funcionário disse que ele pagaria R$ 40 e ela R$ 28. Aí fomos questionar, dissemos que temos união estável, mas mesmo assim disseram que não teríamos o preço para casal."

 

Rissão, que está junto de Souza há quase três anos, disse que nunca havia passado por nada semelhante.

“A gente é assumido, não esconde nada de ninguém. Saímos da churrascaria sem jantar e fomos até à delegacia para registrar um boletim de ocorrência por injúria. Nos sentimos muito ofendidos e discriminados. Agora, vamos processar o restaurante”, concluiu.

Outro lado

O dono da Churrascaria Intersul, Vanderlei Caglioni, negou qualquer tipo de preconceito ou discriminação e disse que o casal não entendeu a promoção.

“Não temos promoção para casais, mas para homens que, acompanhados de mulheres, pagariam menos, já que a mulher costuma comer bem menos que os homens", disse.

Caglioni, que abriu o estabelecimento há 14 anos, lamentou o desentendimento e disse que em momento algum quis ofender ninguém. “Nós atendemos mais de 600 pessoas por dia e nunca fomos acusados de nada”, disse.

Segundo o Procon de Campinas, o estabelecimento precisa deixar as informações sobre a promoção sempre bem clara. Nesses casos, em que a promoção vale por gênero, é preciso especificar o preço para homens e para mulheres. Se a oferta for para casal, tem que valer para casais de qualquer gênero.