Justiça recebe denúncia contra nutricionista que atropelou e matou jovem em SP

A Justiça paulista recebeu a denúncia de homicídio apresentada há uma semana pelo Ministério Público Estadual contra a nutricionista Gabriela Guerrero Pereira. Ela é acusada de atropelar e matar o administrador de empresas Vitor Gurman, 24, na madrugada de 23 de julho de 2011.

O jovem foi atingido quando caminhava por uma calçada da rua Natingui, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo), e morreu seis dias depois do acidente.

Na decisão em que recebeu a denúncia, a juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, da 5ª Vara do Júri da capital, estabeleceu prazo de dez dias para que a nutricionista, uma vez citada, se defenda por escrito da acusação.

Segundo a denúncia assinada pelo promotor Rogério Leão Zagallo, Gabriela cometeu homicídio com dolo eventual, ou seja, ainda que sem desejar o resultado, assumiu, com sua conduta, o risco de morte da vítima.

Zagallo argumentou que a nutricionista dirigia o veículo em velocidade excessiva para o local, onde o máximo permitido era de 30 km/h, e sob o efeito de álcool, segundo o laudo de verificação de embriaguez.

Para o advogado da família Gurman, Alexandre Venturini, a manifestação da magistrada abre caminho para outra etapa do processo. “Esperamos que, ao final dessa primeira fase, a denunciada seja pronunciada e vá a júri popular”, disse.

Acusada não agiu com intenção de matar, diz advogado

O advogado de Gabriela, José Luís Oliveira Lima, considerou a manifestação da juíza “absolutamente previsível”.

“Mas tenho a absoluta tranquilidade de que tanto no inquérito policial quanto na ação penal ficará demonstrada a total ausência de dolo eventual na conduta da Gabriela”, disse, para completar: “Não há nenhuma prova, nenhum indício de que ela tenha agido com a vontade de praticar o crime de homicídio. No entendimento da defesa, portanto, a denúncia não encontra suporte quer nas provas, quer no bom direito”, concluiu.