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Mobilizados para ato no Rio, PMs alertam curiosos sobre "protesto dos blocs"

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

31/10/2013 15h57Atualizada em 31/10/2013 17h07

As pessoas que passam na frente da sede do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), no centro da capital fluminense, onde manifestantes do ato "Grito da Liberdade" se concentram, na tarde desta quinta-feira (31), estão sendo alertadas por policiais militares sobre os perigos do "protesto dos blocs", em referência aos simpatizantes do movimento Black Bloc. O ato foi convocado por 54 grupos.

ENTENDA O BLACK BLOC

O "black bloc" ("bloco negro") não é um grupo específico de manifestantes, mas sim uma forma violenta de agir adotada por manifestantes que se dizem anarquistas.

A tática "black bloc" consiste em "causar danos materiais às instituições opressivas". Na prática: depredar estabelecimentos privados --agências bancárias entre eles-- e pichar paredes.

Transeuntes e funcionários do TJ-RJ que chegam perto da barreira policial montada em frente ao Fórum são aconselhados pelos PMs a tomar cuidado com a "quebradeira" dos mascarados. Questionado se era seguro ficar no local, um dos militares respondeu, entre risos: "se você gostar do cheiro de gás de pimenta". Cerca de cem PMs estão posicionados na frente do Fórum.

A manifestação foi convocada por atores globais como Wagner Moura, Camila Pitanga, Mariana Ximenes, Leandra Leal e Marcos Palmeira em vídeo publicado no YouTube, na última sexta-feira (25). A saída dos manifestantes da concentração, com destino à Lapa, foi marcada para as 16h. Até as 15h30, havia em torno de cem ativistas no local.

A Câmara dos Vereadores foi fechada às 17h, ao invés das 20h, como de costume. Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, foi interditada a pista lateral da avenida Presidente Antonio Carlos, na altura do Tribunal de Justiça. O desvio é feito pela avenida Marechal Aguinaldo de Castro. Há retenção no local.

Os participantes do ato carregam uma faixa com a mensagem "Pela libertação imediata dos presos políticos" e cartazes com frases como "Ninguém vai nos calar" e "Povo na rua não tem arrego".

O movimento listou dez pautas comuns aos grupos que confirmaram presença no ato desta quinta: fim das prisões políticas; anistia aos processados e aos presos políticos; garantia do direito à livre manifestação; fim da violência policial; desmilitarização da PM; fim da "pacificação" armada; investigação dos crimes cometidos pelas polícias Militar e Civil através de corregedorias independentes dos governos dos quais elas fazem parte; democratização dos meios de comunicação; Marco Civil da Internet; e abertura de diálogo entre Estado e sociedade civil.

Também são contempladas pelo "Grito" reivindicações por melhorias na educação, saúde e transporte públicos, por reformas políticas, contra remoções e gastos abusivos com a Copa do Mundo de 2014 e com as Olimpíadas de 2016, entre outras.

Segundo os organizadores do ato, os manifestantes deverão sair do Fórum, caminhar até a igreja da Candelária, passar na Cinelândia, onde fica a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e terminar o protesto na Lapa. Os participantes foram convidados a levar mordaças para a manifestação, que prevê a realização de intervenções artísticas. (Com BandNews)