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Moradores da comunidade Estaiadinha encerram protesto na marginal Tietê

Pista da marginal Tietê, em São Paulo, é interditada durante protesto nesta terça-feira (19).  - Marcos Bizzotto/Futura Press/Estadão Conteúdo
Pista da marginal Tietê, em São Paulo, é interditada durante protesto nesta terça-feira (19). Imagem: Marcos Bizzotto/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

19/11/2013 17h46Atualizada em 19/11/2013 19h08

Um grupo de moradores de comunidade conhecida como Estaiadinha, alvo de reintegração de posse no sábado (16), bloqueou todas as faixas da marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, entre 17h30 e 18h20 desta terça-feira (19). Após o fim do protesto, funcionários da prefeitura fizeram trabalho de rescaldo em duas faixas da pista local, sentido Ayrton Senna, na altura da ponte Orestes Quércia, perto da comunidade. Às 19h44, as pistas estavam completamente liberadas.

Segundo informações da Polícia Militar, cerca de 100 pessoas participaram no protesto. PMs que fazem o policiamento tático acompanharam a manifestação. De acordo com a assessoria de imprensa da polícia, o Batalhão de Choque não foi acionado para intervir e não foram registradas ocorrências.

Os manifestantes colocaram fogo em pedaços de madeira e em sacos de lixo para bloquear a via. É pelo menos o quarto protesto realizado pelos moradores da comunidade, que acusam a Prefeitura de São Paulo de não lhes oferecer alternativa habitacional adequada.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informa que há lentidão na marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, nas pistas expressa, local e central, entre as pontes Júlio de Mesquita Neto e Jânio Quadros.

Reintegração e incêndios

Situada às margens da marginal Tietê, a comunidade recebeu o apelido de Estaiadinha por ficar sob a ponte estaiada Orestes Quércia. Cerca de 450 famílias chegaram a ocupar o local, segundo a Secretaria Municipal de Habitação.

De acordo com a pasta, o terreno ocupado não pode ser destinado à construção de casas porque fica embaixo da ponte. Em julho, a prefeitura diz ter cadastrado as 450 famílias da comunidade para serem incluídas em programas habitacionais, com previsão de entrega de casas populares até 2016. Depois do cadastro, cerca de 80 famílias permaneceram no terreno.

Nas redes sociais, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que apóia o protesto, divulgou nota em que atribui a manifestação ao descumprimento de um acordo da prefeitura com os moradores. “Em reunião com os moradores da Ocupação Estaiadinha, despejada no último sábado, a prefeitura se recusou a cumprir os acordos firmados no dia de ontem”, diz a nota.

É a quarta vez em que os moradores protestam na marginal. No último dia 1º, os moradores também fecharam todas as pistas da via, e o Batalhão de Choque foi acionado para dispersar os manifestantes. No sábado, durante a reintegração, houve novos confrontos entre policiais e moradores.

Entre sábado e hoje, a comunidade, já vazia, foi alvo de três incêndios, que prejudicaram as estruturas da ponte Orestes Quércia, interditada desde sábado. Após o despejo, as famílias decidiram acampar na avenida do Estado, que fica perto da ocupação.