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Em 5 anos, aumenta em 30% número de famílias de baixa renda com gasto excessivo com aluguel

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

25/11/2013 11h00

O número de famílias brasileiras com renda de até três salários mínimos que tiveram gasto excessivo com aluguel aumentou em 30% nos últimos cinco anos, revela um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado nesta segunda-feira (25).

Em 2012, 2,293 milhões de domicílios tiveram gasto excessivo com o pagamento de aluguel de moradia, cerca de 30% a mais se comparado com a quantidade de famílias que estavam nessa situação em 2007.

Déficit habitacional no país

  • 5,24 milhões de domicílios

    2012

     

  • 5,59 milhões de domicílios

    2007

     

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

    A conclusão dos pesquisadores do instituto teve como base dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    O chamado "ônus excessivo com aluguel" ocorre quando o valor pago por mês for maior ou igual a 30% da renda da família.

    De acordo com o Ipea, mais famílias passaram a gastar com moradia além do limite recomendado por causa da valorização dos imóveis nas cidades brasileiras.

    "O aumento do gasto das famílias pode ser decorrente de acréscimos nos valores de aluguel, em alguma medida, atrelados à valorização imobiliária pela passam as cidades brasileiras no período estudado", informa o instituto.

    Déficit habitacional

    Quando uma família que recebe até três salários mínimos gasta além do limite com aluguel, ela é incluída na conta do deficit habitacional, indicador que revela quantas moradias adequadas faltam no país.

    Nos últimos cinco anos, o déficit habitacional no Brasil teve queda de 6,2% em números absolutos, revela o estudo do Ipea lançado hoje. Passou de 5,59 milhões de domicílios em 2007 para 5,24 milhões em 2012.

    "Esta redução ocorreu ao mesmo tempo em que houve incremento do número total de domicílios", informa o instituto.

    Além do gasto excessivo com aluguel, o cálculo do deficit habitacional inclui as habitações consideradas precárias e os casos de mais de uma família que divide uma moradia, seja ela própria ou alugada.

    A pesquisa do instituto revela ainda que em 2012 74% do deficit era formado por famílias com renda de até três salários mínimos. Nos últimos cinco anos, houve um acréscimo de 4% no deficit dessa faixa de renda e redução em todas as outras.

    "Isto reitera que o deficit continua sendo majoritariamente dos domicílios que estão no estrato de renda mais baixo", conclui.

    AC, RR, MT e DF registram aumento do déficit

    Na contramão do país, três Estados e o Distrito Federal registraram aumento do déficit habitacional nos últimos cinco anos.

    O Estado que teve maior aumento do déficit relativo --em relação ao total de domicílios-- entre 2007 e 2012 foi o Acre, com acréscimo de 21,2%. O Mato Grosso registrou aumento de 7,6%, o Distrito Federal, 6,7% e Roraima, 4,6%.

    Em números absolutos, São Paulo possuía em 2012 o maior deficit habitacional: 1,12 milhões. Em segundo lugar, vem Minas Gerais, com deficit de 464.881 moradias.