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Baixada Fluminense e municípios serranos amanhecem em estado de alerta por causa da chuva

Do UOL, em São Paulo

12/12/2013 06h15

Após mais de 24 horas de chuvas no Rio de Janeiro, a Baixada Fluminense e oito municípios estavam em estágio de alerta às 6h desta quinta-feira (12), segundo o Inea (Instituto Estadual do Ambiente). 

O instituto emite os alertas por previsão de chuvas fortes ou transbordamento de rios em quatro graus: vigilância, atenção, alerta e alerta máximo.

Na Baixada Fluminense, o alerta é máximo em Nilópolis, Mesquita, Belford Roxo, Duque de Caxias. São João do Meriti e Nova Iguaçu estão em alerta.

Na região serrana, Petrópolis está em alerta máximo e Teresópolis, em alerta. Na região norte-noroeste do Estado, Laje do Muriaé, Itaperuna, Cardoso Moreira, Italva, Porciúncula e Bom Jesus do Itapoana estão em alerta máximo.

A Prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta quinta-feira (12) que o secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, se reunirá às 7h com os secretários das pastas envolvidas na Força-Tarefa montada na região de Irajá para fazer um balanço dos trabalhos das equipes durante a madrugada e definir as ações prioritárias para a manhã.

O subsecretário municipal de Defesa Civil, Márcio Mota, disse que entre a noite de terça e de quarta, foram feitos 581 pedidos de atendimento de vistorias em casas e áreas que oferecem risco de deslizamento. Mota disse que a chuva desta noite, com o solo já encharcado e saturado, pode provocar o risco de novos deslizamentos. O subsecretário também ressaltou os esforços que estão sendo feitos para atender os moradores afetados pelo temporal.

"Nós estamos fazendo todos os esforços para atender o Complexo do Alemão e Complexo do Lins, além de enviar duas equipes com botes salva-vidas para o bairro de Acari, atuando em conjunto com voluntários da Cruz Vermelha Brasileira para que a gente pudesse verificar de casa em casa aquelas pessoas que não tinham condições de deixar os imóveis. Removemos até uma senhora que com problemas ortopédicos precisava ser removida de ambulância e a entregamos lá no Into [Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia]", informou.

Ele disse ainda que a Defesa Civil está funcionando com um posto avançado em Irajá, na zona norte, para atender com mais facilidade aos casos de emergência, além da sede da Defesa Civil, em Vila Isabel, e do Centro de Operações da prefeitura, na Cidade Nova.

Transtornos 

Os temporais já provocaram alagamentos em diversas regiões do Rio de Janeiro, deixaram mais de 2.000 famílias foras de casa, ao menos dois mortos e dois municípios fluminenses em estado de calamidade pública ----Nova Iguaçu e Japeri. Os transtornos, intensificados ainda mais com os registros de saques e protesto, também atingiram o trânsito e o transporte público no Estado.

A primeira morte foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros no início da noite desta quarta-feira (11). Segundo os bombeiros, um homem negro, de aproximadamente 50 anos, foi encontrado próximo ao rio Botas, em Heliópolis, bairro do município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

A identidade do homem ainda não foi confirmada. Não se sabe se o corpo é do pedreiro Martinho da Silva, 50, desaparecido após cair em um rio em Nova Iguaçu, também na Baixada, na noite de terça-feira (10), quando já chovia forte na região.

Segundo balanço da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, mais de 2.000 famílias tiveram que deixar as suas casas diante dos temporais. O município de Japeri, na região metropolitana, está entre os mais atingidos, com mais de mil famílias desalojadas e outras 23 abrigadas.

Na sequência, aparece Queimados, que tem 800 famílias desalojadas e 26 abrigadas. Em Nova Iguaçu, há cerca de 200 famílias desalojadas. Já em Mesquita, região metropolitana, foram calculadas 50 famílias desalojas.

Os deslizamentos provocados pelo temporal e a cheia de dois rios que cortam o município de Queimados, na Baixada Fluminense, provocaram o desabamento de dez casas e a interdição de outras cinco, por risco de desabamento. Mas, de acordo com a Defesa Civil da cidade, não houve feridos.

Antes e depois

  • Veja os locais afetados pela chuva

Moradores de Nova Iguaçu chegaram a fechar por mais de cinco horas a rodovia Presidente Dutra, na altura do km 186, para reivindicar mais investimentos da prefeitura contra danos causados pelas chuvas. 

Diante do congestionamento nas principais vias do Rio de Janeiro, alguns meliantes aproveitaram a falta de mobilidade dos motoristas para roubar e praticar saques. Um homem foi preso em flagrante embaixo da passarela 19 da avenida Brasil, próximo à Cidade Alta, na zona norte do Rio, abordando motoristas que enfrentavam o trânsito na via devido aos alagamentos na região.

Segundo a Polícia Militar, Wallace Pena Lima, 31, foi preso em posse de um revólver, e com ele foram encontrados dinheiro, joias e telefones celulares. A ocorrência foi registrada na 22º DP (Penha). Um caminhão frigorífico também teve a carga saqueada, próximo ao Trevo das Margaridas, em Irajá.

Para tentar reprimir esses assaltos, a Polícia Militar reforçou as ações de patrulhamento. Policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais e do GAT (Grupamento de Ações Táticas) dos batalhões de Rocha Miranda e Irajá foram deslocados para o patrulhamento nas principais vias expressas da cidade.

As chuvas também provocaram a suspensão das aulas em pelo menos 384 unidades escolares públicas do Estado. Na capital fluminense, segundo informações da prefeitura, são 201 escolas prejudicadas na rede municipal.  O governo estadual, por sua vez, informou que 56 unidades foram atingidas, sendo a maioria (16 escolas) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Já no município do Rio, as aulas foram suspensas em 12 escolas da rede estadual.

Auxílio do governo federal

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, confirmou ter pedido auxílio do governo federal. Além de pedir colchonetes, água potável e cesta básica, o Estado solicitou o envio de reforço de policiais federais para conter saques na rodovia Presidente Dutra.

Em nota, Cabral disse ter falado duas vezes ao telefone com a presidente Dilma Rousseff sobre a situação das chuvas. Também relatou ter entrado em contato com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, e da Integração Nacional, Francisco Teixeira, bem como com o general Adriano Pereira Junior, secretário Nacional de Defesa Civil.

"A presidente tem dado todo apoio ao nosso governo. É um momento de todos integrados para atender à população", destacou Cabral. (*Com Agência Brasil)