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Corpo de menina morta em favela no Rio deve ser enterrado nesta tarde

Policiais observam ônibus incendiado na favela Para Pedro, em Irajá - Fernando Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Policiais observam ônibus incendiado na favela Para Pedro, em Irajá Imagem: Fernando Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

24/12/2013 13h31

O corpo da menina de 12 anos atingida por um tiro na comunidade Para Pedro, em Irajá, zona norte do Rio de Janeiro, durante ação da PM na manhã de segunda-feira (23), deve ser enterrado na tarde desta terça (24), segundo informações do telejornal “RJTV”, da Rede Globo.

Maria Eduarda Sardinha foi baleada dentro de casa durante tiroteio na comunidade. Segundo a Polícia Militar, três PMs entraram em confronto com bandidos na localidade conhecida como Santinho. Além de Maria Eduarda, o tio dela sofreu um ferimento no braço, e um garoto de sete anos também foi atingido, sem gravidade.

Moradores da favela, no entanto, afirmam que a polícia já chegou ao local atirando e que não houve troca de tiros. “Só deu tempo de falar ‘abaixa’. Quando abaixamos, aí o tiro começou. Não teve troca de tiros, não tinha traficante, só tinha moradores saindo pra tomar café”, contou uma moradora.

Um homem que não quis se identificar também disse que não houve confronto. “Eu nego e afirmo que não houve confronto com ninguém. Eles chegaram e atiraram”, afirmou. Segundo as investigações da DH (Divisão de Homicídios), a bala que atingiu a menina atravessou a parede da casa e a geladeira.

Socorrida por familiares, apenas a menina não sobreviveu aos ferimentos.  De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Maria Eduarda já chegou morta na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) de Rocha Miranda.

Os policiais militares envolvidos na morte prestaram depoimento e, segundo a Polícia Civil, parentes da vítima e testemunhas devem ser ouvidos ainda nesta terça.

As armas dos policiais foram apreendidas e encaminhadas para a perícia, que deve ficar pronta em um prazo de 15 a 30 dias.

Cerca de 200 moradores fecharam parcialmente a avenida Pastor Martin Luther King em protesto contra a morte da menina. Eles usaram barricadas de pneus, aos quais atearam fogo, e incendiaram um ônibus. Os manifestantes foram dispersados pela polícia com gás lacrimogêneo.

Segundo a PM, policiais do 41º Batalhão (Irajá) estão ocupando a favela desde o dia 14 de dezembro para dar fim aos enfrentamentos entre facções criminosas rivais que disputam o controle da venda de drogas em Para-Pedro. Desde então, foram registradas quatro mortes de supostos narcotraficantes e 12 detenções.