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Em julgamento de morte de jornalista, testemunhas mudam depoimento dado à polícia

Jornalista Décio de Sá, que foi morto em 2012, em São Luís - Reprodução
Jornalista Décio de Sá, que foi morto em 2012, em São Luís Imagem: Reprodução

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

03/02/2014 22h04

Duas testemunhas de acusação do assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá, morto no dia 23 de abril de 2012, em São Luís, mudaram as versões dadas à polícia durante depoimento prestado ao juiz titular da 1ª Vara do Júri de São Luís, Osmar Gomes, nesta segunda-feira (3), primeiro dia de julgamento de Jhonatan de Sousa Silva e Marcos Bruno Silva de Oliveira, acusados de assassinar e pilotar a moto para fugir do local, respectivamente.

As duas testemunhas disseram que não tinham como identificar o motociclista que estava esperando o acusado dos disparos para fugir.

Um garçom que atendeu Sá antes dele ser morto e uma testemunha que estava em um grupo de evangélicos que fazia orações na praia, que afirmaram a polícia que Marcos Bruno Silva de Oliveira ajudou Jhonatan de Sousa Silva a fugiu do bar Estrela D’Alva, local da morte do jornalista, negaram reconhecer Oliveira como o piloto da moto.

O julgamento começou nesta segunda-feira (3), no Fórum de Justiça de São Luís, e deve terminar na próxima quarta-feira (5).

Três promotores de Justiça, Rodolfo Soares dos Reis, Haroldo Paiva de Brito e Benedito de Jesus Nascimento Neto, atuam na acusação. Já a defesa está sendo feita pelo advogado Pedro Jarbas da Silva.

O assassinato

O jornalista Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril, por volta das 23 horas, quando estava esperando amigos no bar Estrela D’Alva, localizado na Avenida Litorânea, na capital maranhense. Dois homens chegaram em uma moto e um deles deflagrou cinco tiros contra Sá, que morreu na hora.

Doze pessoas foram denunciadas pelo MP (Ministério Público Estadual) em agosto do ano passado por participação no crime, mas a Justiça entendeu que não há provas suficientes para acusar advogado Ronaldo Henrique Santos Ribeiro.

As 11 pessoas pronunciadas para ir a júri popular são: Jhonathan de Sousa Silva, réu confesso de disparar contra o jornalista, Marcos Bruno Silva de Oliveira, Shirliano Graciano de Oliveira (foragido), José Raimundo Sales Chaves Júnior , Elker Farias Veloso, Fábio Aurélio do Lago e Silva, Gláucio Alencar Pontes Carvalho e José de Alencar Miranda Carvalho, além dos policiais Fábio Aurélio Saraiva Silva, Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros.

Segundo a polícia, Sá foi assassinado a mando de um grupo de empresários e agiotas vinha se incomodando com a divulgação de crimes de mando cometidos por eles e que foram divulgados no blog de Sá.