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UPPs da Rocinha e do Alemão já sofreram 22 ataques, mostra levantamento

Jacyara Pianes e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

18/02/2014 06h00

As UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Complexo do Alemão e da Rocinha já estiveram sob fogo cruzado pelo menos 22 vezes desde 2012 --ano em que as quatro unidades do Alemão, na zona norte, e a da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, foram instaladas. O número é resultado de um levantamento feito pelo UOL com as ocorrências noticiadas pela imprensa neste período.

O ISP (Instituto de Segurança Pública do Rio) não tem dados específicos sobre o assunto, e a CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora) também afirma não ter levantamentos sobre o tema. No entanto, o subcoordenador da Polícia Pacificadora, coronel Lima Freire, disse, em entrevista ao UOL no começo de fevereiro, que estas UPPs têm se destacado como cenários de disparos. Uma hipótese é de que os criminosos estejam tentando voltar às suas áreas após terem que se refugiar em outras favelas, onde teriam perdido status no tráfico.

PM faz operação após ataques

Em 2014, já houve a morte de uma policial, na UPP Parque Proletário (Complexo do Alemão) e de um morador da Rocinha. O coronel Frederico Caldas, comandante das UPPs do Rio, também se feriu em uma operação na Rocinha no último domingo (16).

Desde 2012

O primeiro grande atentado foi em julho de 2012, duas semanas depois de o Exército se retirar do Complexo do Alemão. A sede da UPP Nova Brasília foi atacada a tiros por traficantes, o que provocou a morte da soldado Fabiana Aparecida dos Santos, atingida por um tiro de fuzil.

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  • Arte/UOL

Ainda em 2012, uma semana antes da inauguração da UPP Rocinha, em setembro, o policial militar Diego Barbosa Henriques, 24, foi assassinado quando fazia uma patrulha a pé com outros três colegas. No mesmo ano, outros dois policiais morreram em serviço nas comunidades do Alemão e Rocinha.

Já em 2013, o UOL contabilizou incidentes violentos nestas UPPs em pelos menos oito meses do ano. Em dezembro, foram dois. No início do mês, um policial e dois moradores ficaram feridos durante um tiroteio na Rocinha, que também foi cenário de um confronto entre policiais e traficantes que resultou em dois homens feridos –um deles PM– e um carro da UPP depredado.

O Complexo do Alemão engloba quatro UPPs: Alemão, Fazendinha, Nova Brasília e Adeus/Baiana. Juntas, nelas moram mais de 60 mil pessoas. Já a Rocinha é lar de quase 70 mil. As cinco unidades somadas representam cerca de 23% dos moradores de regiões pacificadas. Elas também concentram cerca de 20% do efetivo da polícia pacificadora. Os dados são do ISP, CPP e UPP Social.