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Justiça antecipa audiência para negociar fim da greve de ônibus em Curitiba

Vans credenciadas pela Urbs fazem o transporte alternativo durante a greve de ônibus em Curitiba - Divulgação/Urbs
Vans credenciadas pela Urbs fazem o transporte alternativo durante a greve de ônibus em Curitiba Imagem: Divulgação/Urbs

Do UOL, em São Paulo

28/02/2014 08h13Atualizada em 28/02/2014 13h31

O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) acatou o pedido para antecipar a próxima audiência de conciliação entre representantes dos sindicatos de motoristas e cobradores e das empresas de transporte de Curitiba e região metropolitana. A desembargadora Ana Carolina Zaina antecipou para esta sexta-feira (28), às 14h, a audiência inicialmente prevista para depois do Carnaval.

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Com a continuidade da greve de ônibus, a Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), empresa que gerencia o transporte em Curitiba e 13 municípios que integram a região metropolitana, mantém nesta sexta-feira o esquema alternativo de transporte. Mais de 470 veículos estão credenciados, incluindo 22 micro-ônibus e 214 vans. As vans estão autorizadas a cobrar até R$ 6.

A Prefeitura de Curitiba também disponibiliza veículos da frota oficial para fazer o transporte. Apelidada de "caronaço", a operação contará até o final do dia com 100 kombis, que têm permissão para circular nas chamadas canaletas, as vias exclusivas para ônibus. A ideia inicial é que as kombis façam as viagens bairro-centro (e vice-versa) sem paradas, dando prioridade a passageiros idosos, gestantes e deficientes. Esses veículos não cobram a passagem. 

Em nota, a administração municipal reconhece o direito de greve, mas afirma que o funcionamento do sistema também deve ser respeitado pelos trabalhadores. O prefeito Gustavo Fruet chegou a ameaçar de prisão os presidentes dos sindicatos das empresas de transporte e de motoristas e cobradores se ficar comprovado que a greve foi "combinada".

Proposta negada
A Prefeitura de Curitiba (PR) entrou na quinta-feira (27) com um pedido de suspensão imediata da greve de ônibus na Justiça do Trabalho, tendo em vista que os rodoviários fecharam o Terminal do Pinheirinho --um dos mais importantes da cidade. Duas das cinco plataformas do terminal foram bloqueadas com três ônibus biarticulados.

A Prefeitura entendeu que o fechamento do terminal é uma quebra do acordo firmado na quarta-feira (26) em reunião de conciliação na sede do TRT e reafirmado no encontro de ontem, de que os rodoviários manteriam 30% da frota circulando em horários regulares e 50% nos horários de pico (das 6h às 8h; e das 17h às 19h30). De acordo com o centro de operações da Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), empresa que gerencia o sistema de transporte de Curitiba e região metropolitana, mais de 50% da frota chegou a circular durante o dia, mas às 19h45, apenas 44,54% da circulavam na capital paranaense.

A manutenção da frota mínima em circulação foi determinada pela desembargadora Ana Carolina Zaina, do TRT, até a próxima audiência e aceita pela categoria. O não cumprimento dessa medida implica o pagamento de multa de R$ 100 mil por período.

Mais cedo na quinta-feira, a segunda reunião de conciliação com os rodoviários de Curitiba (PR) terminou sem acordo, na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), no centro da cidade. Na véspera, o TRT havia sugerido reajuste de 10,5% para a categoria, abono de R$ 300 e vale alimentação de R$ 400. Os motoristas e cobradores chegaram a aprovar a proposta votada em assembleia na quinta-feira. Entretanto, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (Setrans) ofereceu 7,36% de reajuste para a categoria. O TRT-PR sugeriu então aumento de 7,5%. Já o Ministério Público do Trabalho propôs 8,5% de reajuste para motoristas e 10,5% para cobradores, que não foi aceita pelos empresários do setor.

Logo no início da greve, os motoristas e cobradores pleiteavam aumento real de 16% para motoristas e 22% para cobradores, mais uma lista de 77 reivindicações. As empresas ofereciam 5,26%, apenas a inflação pelo INPC.