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"Espero que ele tenha noção do que fez", diz vítima de atropelamento em SP

Vítima de atropelamento, Amanda Oliveira Alquati, 17, foi enterrada no Cemitério Consolação, em Sorocaba - Fernando Rezende/Futura Press/Estadão Conteúdo
Vítima de atropelamento, Amanda Oliveira Alquati, 17, foi enterrada no Cemitério Consolação, em Sorocaba Imagem: Fernando Rezende/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Sorocaba

07/04/2014 15h24

Três dos cinco jovens que continuam internados no Hospital Regional de Sorocaba (a 98 km de São Paulo) após serem atropelados na saída de uma festa permanecem em estado grave nesta segunda-feira (7). Os demais estão estáveis e em observação. Seis pessoas morreram.

Eles são vítimas de um atropelamento ocorrido na manhã de domingo, no quilômetro 107,9 da rodovia Raposo Tavares. Os jovens haviam saído de uma rave e aguardam o ônibus quando foram atingidos pela Saveiro conduzida pelo comerciante Fábio Hiroshi Hattori, 27. O motorista teve embriaguez confirmada por um teste de bafômetro.

Morreram no acidente: Amanda Oliveira Alquati, 17 anos; Evelyn Caroline Fernandes de Matos, 15; Leo Wagner Ribeiro das Neves, 19; Lucas Alexandre Vieira, 16; Giovanni Cartezano Inocêncio, 17 e Guilherme dos Santos Modesto, 18. Todos foram enterrados entre a manhã e o início da tarde desta segunda-feira (7).

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Ficaram feridos e ainda estão internados: Alan Resende Oliveira, 17; Felipe Gustap Monteiro Trindade, 23; Iven Matheus Silva, 16; Jonatas Carvalho dos Santos, 18 e Nicolas Wilian de Souza, 16.

Thais Marins Ferreira, de 16 anos, também foi levada ao hospital com cortes na mão e recebeu alta ainda no domingo. Ela disse que não viu quando o carro se aproximava.

"Eu só percebi o momento do impacto e eu fui jogada no chão. Em seguida ouvi os gritos das pessoas", lembra. "Sinto que nasci de novo. Os outros ou morreram ou tiveram ferimentos tão graves e eu estou aqui", disse.

A adolescente contou que o motorista tentou fugir do local do acidente, mas foi impedido por outras pessoas que estavam no local. "Espero que ele tenha noção do tamanho do estrago que fez", afirmou. "Ouvi dizer que ele pagaria uma fiança, mas nenhum valor pode pagar a vida de todas essas pessoas."

Na manhã desta segunda-feira (7), no enterro de Guilherme, o clima era de revolta. “Eram todos crianças, com uma vida pela frente. Este homem tem de pagar pelo que fez”, diz Roseli Rosa dos Santos, tia da vítima.

“Espero que a Justiça deste país não deixe este homem impune. Ele precisa pagar pelo que fez”, acrescenta o avô de Guilherme, Adil Faria dos Santos. “Eu perdoo este homem, mas ele precisa entender a gravidade do que fez antes de voltar a dirigir.”

Habeas corpus

O advogado do motorista, Mário Del Cístia Filho, disse que pretende, ainda na tarde desta segunda-feira, entrar com um pedido de habeas corpus para tirar o cliente da prisão --ele esta preso na Cadeia Pública de Sorocaba. Segundo o advogado, o acusado é réu primário, tem residência fixa e não representa ameaça.
Conforme testemunhas, o motorista tentou fugir depois do atropelamento, mas foi impedido.

A Polícia Rodoviária o submeteu ao teste do bafômetro que deu positivo para embriaguez. Aos policiais, o comerciante disse que perdeu a direção do carro depois de desviar de duas pessoas que atravessavam a pista.

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