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Jornalista é detido durante ação da PM em desocupação de favela no Rio

Do UOL, no Rio

11/04/2014 10h15

Um repórter do jornal "O Globo" foi detido na manhã desta sexta-feira (11) quando trabalhava na cobertura da desocupação do terreno vazio da empresa Oi, no Engenho Novo, na zona norte do Rio de Janeiro. O local era ocupado há 11 dias por famílias oriundas de comunidades próximas e de outras regiões, que batizaram o local de "favela da Telerj".

Segundo "O Globo", o jornalista foi preso por fotografar a ação dos policiais militares. Ele teve o celular quebrado. Houve confronto entre PMs e ocupantes do local, e foram usadas bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, entre outras armas não letais.

chamadas ?antes e depois? com duas imagens da nova favela do Rio de Janeiro - Arte/UOL - Arte/UOL
A imagem mostra o terreno abandonado da empresa de telefonia Oi antes (à esquerda) e depois da ocupação (à direita). Cerca de 6.000 famílias se instalaram no local desde o dia 31 de março de 2014
Imagem: Arte/UOL

Outros repórteres e fotógrafos que trabalhavam no local foram agredidos por PMs "fisicamente e verbalmente", de acordo com a Agência Brasil. A Polícia Militar ainda não se manifestou a respeito dos fatos relatados por profissionais de imprensa.

Clima tenso

O clima é muito tenso na reintegração de posse, determinada pela Justiça, de um terreno vazio da empresa Oi, no Engenho Novo, na zona norte do Rio de Janeiro. A Polícia Militar, que chegou ao local por volta de 5h desta sexta-feira (11), entrou em confronto com os ocupantes do local.

Após uma das lideranças dos manifestantes ser presa, o confronto se acirrou. Ocupantes do terreno chegaram a jogar um coquetel molotov em direção aos militares, e a polícia reagiu imediatamente. Foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e outras armas não letais a fim de dispersar a multidão.

Maioria dos ocupantes diz não ter condições de pagar aluguel

Os moradores da "favela da Telerj", como vinha sendo chamada a ocupação, começaram a atear fogo em um dos edifícios que compõem o espaço. Os ocupantes também queimaram um carro da PM, três ônibus e dois caminhões, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Uma moradora afirmou à reportagem do UOL que três crianças haviam morrido durante a ação da Polícia Militar, mas a informação foi negada pela corporação. O Corpo de Bombeiros também informou não ter encontrado vítimas fatais durante o trabalho de atendimento a feridos. Em nota, os militares informaram que duas crianças foram socorridas após inalarem gás lacrimogêneo. Elas já foram liberadas. (Com Agência Brasil)