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Famílias querem apoio do Exército em buscas de avião que sumiu no PA

Elias Santos

Do UOL, em Belém (PA)

14/04/2014 15h58Atualizada em 28/04/2014 11h16

Familiares dos passageiros de uma aeronave que desapareceu no Pará no dia 18 de março pretendem pedir ao Ministério da Defesa que libere a participação do Exército nos esforços de buscas por terra. O bimotor PR-LMN ia se Itautuba a Jacareacanga, na sudoeste paraense, quando desapareceu.

Acompanhados de cinco vereadores do município de Itaituba, cinco representantes das famílias partiram na tarde desta segunda-feira em direção a Brasília. Eles têm encontro com o ministro Celso Amorim para pedir a liberação de pelo menos 200 soldados do Exército para auxiliar nas operações.

A Força Aérea Brasileira (FAB) continua as buscas pela aeronave com o SC-105 Amazonas do Esquadrão Pelicano e o helicóptero H-60 Black Hawk do Esquadrão Harpia. A aeronave de patrulha P-3AM Orion do Esquadrão Orungan (1º/7º GAV), que possui sensores capazes de identificar partes metálicas na mata fechada da região, atuou no dia 24 de março nas buscas.

Segundo o Salvaero da Região Amazônica, unidade da Aeronáutica que coordena as buscas no norte do país, no total, já foram contabilizadas 198 horas de voo e mais de 23.726,26 km² de espaço sobrevoado.

“Apenas sobrevoar a área já se mostrou ineficiente. Precisamos garantir o maior número de pessoas por terra”, disse Rubélio Santos, tio da técnica de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, que estava no avião -- e que, no dia do desaparecimento, chegou a enviar mensagem do celular em que relatava pane no avião.

Ele afirma que voluntários de pelo menos três municípios estão na mata fechada ajudando nas buscas. “Temos índios que fazem a varredura na área, além da população de Itaituba, Jacareacanga, Fordlândia e Santarém que têm ajudado muito. O trabalho também conta 14 militares do Exército e seis bombeiros” argumentou o tio da moça.

Os passageiros da aeronave são funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e seguiam para Jacareacanga, onde realizariam atendimentos aos indígenas. 

A Jotan Táxi Aéreo, empresa responsável pela aeronave, ainda não se pronunciou sobre o caso e informou que só dará declarações depois que ela for encontrada.

Além de Rayline, estavam a bordo as técnicas de enfermagem Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, o motorista Ari Lima e o piloto Luiz Feltrin. Os profissionais substituiriam as equipes que já prestavam atendimento nas aldeias da etnia Mundurucu. 

Tragédia

No final ano passado um avião bimotor caiu e matou cinco pessoas no município de Novo Progresso, também na região sudoeste do Pará. O piloto, o copiloto e três índios kayapó que estavam no avião morreram.

Segundo informações da Casa de Saúde Indígena (Casai) de Novo Progresso, o avião caiu logo após a decolagem. O avião bimotor, que pertencia à empresa Heringer Táxi Aéreo, saiu da aldeia Pukanu com destino a Novo Progresso, onde os indígenas receberiam atendimento médico.