Motorista agiu de propósito, diz noivo de vítima arrastada por carro em SC
O noivo da mulher arrastada por uma picape Saveiro por cerca de 800 metros, em Rio do Sul (189 km de Florianópolis), voltou a afirmar nesta segunda-feira (14) que o motorista teria colidido de propósito na moto do casal, antes da vítima ficar presa sob o carro. Essa versão é negada pelo motorista, que diz ter arrancado em velocidade com a Saveiro porque se sentiu ameaçado, e que em nenhum momento tinha conhecimento de que arrastava uma pessoa entre as rodas dianteiras e traseiras do veículo.
Maristela Stringhini, 40, está sendo submetida nesta terça-feira (15) a nova cirurgia de enxerto para a reconstrução de pele e músculos, no Hospital Regional Alto Vale. Ela teve os seios mutilados por causa do atrito do corpo no asfalto e também sofreu queimaduras em braços, pernas e costas. A mulher é mantida sedada em quarto isolado do hospital, a fim de evitar infecções.
As acusações de Wolni José Amorim, noivo de Maristela, vão batem com uma das linhas de investigação da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, de que pode ter havido uma tentativa de homicídio e não um caso de lesão corporal culposa ocorrido em acidente de trânsito. Nesta terça, a delegada Karla Bastos Miguel, responsável pelo inquérito, está ouvindo mais testemunhas. A delegacia informou que os argumentos de Wolni são importantes, porém precisa ouvir todas as versões possíveis sobre o caso.
O acidente aconteceu por volta de 3h30 de domingo (13), na rua Tuiuti, Centro de Rio do Sul, onde a moto acabou se envolvendo numa colisão com a picape conduzida por Julio César Leandro, 21. O noivo da vítima sustenta que o motorista bateu propositadamente atrás de sua moto, momento em que Maristela foi parar debaixo da Saveiro, em circunstâncias que ainda não ficaram totalmente claras à polícia. Em seguida, Julio arrastou a vítima por cerca de 800 metros e só parou porque o motor do veículo parou de funcionar.
Julio César ainda é acusado de abandonar o local sem prestar socorro à vítima. Ele se apresentou à Delegacia Regional do município por volta de 19h30 de domingo, acompanhado do pai. Após prestar depoimento, foi liberado porque não tinha antecedentes criminais e compareceu à polícia espontaneamente. Maristela e Wolni residem em Lages, na Serra catarinense e estavam em Rio do Sul para um encontro de motociclistas.
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