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Presas se rebelam no Complexo de Pedrinhas por falta de água

Aliny Gama

Do UOL, no Recife

19/04/2014 13h00

Internas do Presídio Feminino de São Luís, localizado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, se rebelaram neste sábado (19) devido à falta de água que atinge a unida desde a última quinta-feira (17).

O tumulto durou cerca de três horas. Presas ficaram fora das celas e atearam fogo em colchões, mas ninguém ficou ferido. O motim foi controlado por volta do meio-dia por homens do Geop (Grupo de Escolta e Operações Penitenciárias) e da Força Nacional de Segurança.

Atualmente, o presídio feminino, que tem capacidade para 204 internas, abriga 140 presas.

A Sejap (Secretaria de Estado da Justiça e Administração Penitenciária) informou que o fornecimento de água foi normalizado com a troca da bomba hidráulica que leva água do reservatório às torneiras do presídio. A Sejap disse, ainda, que uma pane elétrica ocasionou a queima do equipamento e que as causas do problema estão sendo investigadas.

Crise no sistema penitenciário

O sistema prisional do Maranhão vem enfrentando uma crise na segurança, associada ao domínio de facções criminosas que atuam nas unidades prisionais, de acordo com um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). 

No dia 3 de janeiro, chefes da facção Bonde dos 40 ordenaram que integrantes fora dos presídios colocassem fogo em ônibus na capital maranhense. Quatro ônibus foram atacados --dos quais três foram incendiados-- e cinco pessoas foram queimadas. Uma criança morreu com 95% do corpo queimado

A rivalidade entre grupos dentro dos presídios tem tornado as unidades prisionais extremamente violentas. Somente em 2013 ocorreram 60 assassinatos de presos. Superlotado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é o foco da crise, com 2.200 presos onde deveriam estar 1.700, no máximo.

Somente neste ano já foram registradas 12 mortes de internos nos presídios do Maranhão --sete deles ocorreram em Pedrinhas. O complexo está sob segurança da Polícia Militar e da Força de Segurança Nacional desde o dia 27 de dezembro. A previsão é que a Força Nacional continue atuando nos presídios do Estado até o dia 5 de junho.