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Motorista que matou 6 em SP paga fiança de R$ 29 mil e deixa presídio

8.abr.2014 - O motorista Fábio Hiroshi Hattori compareceu à Delegacia Seccional de Sorocaba - Fernando Rezende/ Futura Press/ Estadão Conteúdo
8.abr.2014 - O motorista Fábio Hiroshi Hattori compareceu à Delegacia Seccional de Sorocaba Imagem: Fernando Rezende/ Futura Press/ Estadão Conteúdo

Do UOL, em Sorocaba

23/04/2014 10h33Atualizada em 23/04/2014 16h40

A Justiça de São Paulo concedeu alvará de soltura a Fábio Hiroshi Hattori, 27, preso desde 6 de abril depois de atropelar 12 pessoas que esperavam um ônibus em Sorocaba (a 98 quilômetros de São Paulo). Seis delas morreram no acidente. A decisão da Justiça foi divulgada na terça-feira (22).

O advogado do comerciante já pagou a fiança no valor de 40 salários mínimos, quase R$ 29 mil, e Hattori deixou o presídio de Tremembé na tarde desta quarta-feira.

A decisão foi tomada depois de o Ministério Público de Sorocaba enviar uma manifestação sobre o caso à juíza da Vara Criminal do Júri. Depois de receber o inquérito policial, o promotor decidiu alterar a classificação do crime de homicídio doloso (quando há intenção de matar) --segundo a versão da polícia-- para homicídio culposo (sem intenção de matar).

Motorista atropela e mata seis jovens em Sorocaba (SP)

"O dolo existe quando o motorista admite o risco e não se importa com as consequências, o que não acredito que aconteceu nesse caso. O atropelamento só ocorreu porque o motorista cochilou ao volante", declara o promotor Eduardo Francisco do Santos Júnior.

O acidente aconteceu na manhã do dia 6, no quilômetro 107,9 da Rodovia Raposo Tavares. Um grupo de jovens tinha acabado de sair de uma festa rave em uma chácara à beira da rodovia e aguardava a chegada do ônibus em um ponto no acostamento.

Hattori, que dirigia no sentido da capital, disse ter cochilado, perdeu o controle do veículo e atingiu 12 pessoas.

O motorista admitiu ter bebido, passou pelo teste do bafômetro que constatou a presença de 0,63 mililitros de álcool por litro de ar expelido, o que equivale a três latas de cerveja. Ele disse ainda que tinha passado a noite em uma festa em Itapetininga e, por isso estava muito cansado. Fábio foi preso em flagrante.

Apesar do parecer da polícia civil, que considerou que o motorista assumiu o risco de matar ao dirigir embriagado, a juíza Adriana Furokawa aceitou a manifestação da promotoria e alterou a acusação para homicídio culposos e tentativa de homicídio culposo. Diante disso, a juíza autorizou que o comerciante fosse colocado em liberdade.

"Para esse crime, não existe sustentação legal para manter uma pessoa presa, por isso solicitei que ele fosse colocado em liberdade e que a medida seja substituída pela retenção da carteira de habilitação", explica o promotor público.

Segundo o advogado do comerciante, Mário Del Cistia, a medida corresponde aos pedidos que ele já tinha feito à Justiça. "Meu cliente tem residência fica, trabalho e se trata de um réu primário."

O advogado disse ainda que a liberdade provisória de Hattori possui algumas restrições. Uma delas é que ele se apresente em todos os atos do processo e outra é que comunique quando for se ausentar de Sorocaba por mais de sete dias. "No restante, ele pode levar uma vida normal", esclarece.

Dos seis jovens feridos no acidente, três continuam internados, um deles ainda vai passar por cirurgia e as famílias dos outros dois não autorizou que o estado de saúde deles fosse divulgado.