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Presos cavam túnel e cinco fogem de penitenciária em Pedrinhas

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

07/05/2014 15h15Atualizada em 07/05/2014 15h15

Cinco presos conseguiram fugir por um túnel aberto no Presídio São Luís I, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, nesta quarta-feira (7).

Segundo a Sejap (Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária), quatro dos cinco fugitivos foram recapturados no início desta tarde -- Antonio Cesar Pereira, Anderson Clayton Silva, Luis César Rodrigues e Sidney Silva.

Uma operação conjunta realizada por policiais civis e militares, além de equipes do GTA (Grupo Tático Aéreo) e do Geop (Grupo Especial de Operações Penitenciárias) continua em busca do quinto fugitivo, identificado como Flávio Barros de Oliveira.

A Sejap informou que o chefe de segurança do Presídio São Luís I foi exonerado do cargo e foi determinada a abertura de sindicância para apurar as responsabilidades pela fuga.

Outras fugas

Esta é a terceira fuga de presos por túnel nos últimos 40 dias em unidades prisionais que compõem o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Na madrugada do dia 30 de março, quatro presos conseguiram fugir por um túnel aberto na Penitenciária São Luís I. O túnel foi escavado da cela 14 do bloco B até o pátio da unidade prisional.

Em 21 de abril, três presos do CDP (Centro de Detenção Provisória) conseguiram fugir durante o banho de sol. O túnel foi escavado na cela de número 13, do pavilhão Delta.

O Maranhão vem enfrentando uma crise na segurança, associada ao domínio de facções criminosas que atuam nas unidades prisionais, de acordo com um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

No dia 3 de janeiro, chefes da facção Bonde dos 40 --nome em alusão à pistola .40-- ordenaram a integrantes fora dos presídios que colocassem fogo em vários ônibus na capital maranhense.

Quatro ônibus foram atacados, sendo três deles incendiados, e cinco pessoas foram queimadas --uma criança morreu com 95% do corpo queimado.

A rivalidade entre grupos dentro dos presídios tem tornado as unidades prisionais extremamente violentas. Somente em 2013, foram 60 presos assassinados --em alguns casos houve decapitações. Há também constantes denúncias de presos de violações de direitos humanos.

Em 2014, 13 presos morreram em unidades prisionais do Maranhão. A última morte ocorreu no dia 29 de abril, no Centro de Ressocialização Jorge Vieira, em Timon (a 428 km de São Luís).

Superlotado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é o foco da crise, com 2.200 presos onde deveriam estar 1.700, no máximo.

O complexo está sob segurança da Polícia Militar e da Força de Segurança Nacional desde 27 de dezembro.