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Justiça nega pedido de liminar contra paralisação de rodoviários no Rio

Do UOL, no Rio

09/05/2014 14h19Atualizada em 09/05/2014 16h40

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) indeferiu nesta quinta-feira (8) um pedido de liminar que pleiteava a ilegalidade do movimento dos rodoviários do Rio de Janeiro, que fizeram uma paralisação de 24 horas --encerrada no primeiro minuto desta sexta-feira (9). A greve provocou uma série de transtornos para os usuários do transporte público na capital fluminense.

Ao decidir, o desembargador Nelson Tomaz Braga levou em conta o fato de que "não há greve deflagrada pela categoria". Para o magistrado, apesar dos transtornos causados à população, o movimento não foi promovido pelo sindicato suscitado, bem como não houve declaração de greve, e sim uma paralisação de 24 horas com "caráter de advertência".

A ação foi movida pelo sindicato patronal, o Rio Ônibus (Empresas de Ônibus da Cidade do Rio), que também orientou as empresas a apresentar queixas-crimes em sede policial a fim de responsabilizar os grevistas na esfera criminal. Segundo a assessoria do Rio Ônibus, 43 empresas foram prejudicadas. O órgão não soube informar quantas já foram à delegacia.

O sindicato patronal informou ainda que não comentaria o indeferimento do pedido de liminar.

Rio volta ao normal

Os usuários do transporte público do Rio encontram nesta sexta-feira (9) menos dificuldades em comparação com o dia anterior. De acordo com o Rio Ônibus, a operação foi normalizada durante a madrugada.

Nas paradas de ônibus da zona sul e do Centro da capital fluminense, nesta manhã, o cenário era de tranquilidade. Já nas estações de metrô e trem, o movimento de passageiros era intenso, mas normal, segundo os usuários.

A volta ao normal permitiu que a auxiliar de limpeza Cláudia Regina José, 56 anos, conseguisse ir ao trabalho. Moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ela chegou a pegar um ônibus até a Central do Brasil na manhã de quinta (8), durante a greve, mas teve que voltar pra casa porque o ônibus que a levaria para a Ilha do Governador, na zona norte, não passou.

"Ontem eu desisti porque já cheguei atrasada aqui na Central e fiquei esperando mais de uma hora pelo outro ônibus. Ainda teve um tumulto aqui perto. Liguei para o meu patrão e ele disse 'se não deu, não deu'. Hoje está tranquilo", contou Cláudia.

Para o taxista Antônio Carlos da Silva, 43, que sai de casa para rodar pela cidade todos os dias às 4h, o movimento nas ruas nesta sexta em nada lembra o do dia anterior. "Ontem, nesse horário, as paradas estavam completamente lotadas. Agora está normal, como todo dia", afirmou o motorista, às 7h.

A vendedora Suzyanni dos Santos, 21, funcionária de uma lanchonete situada no terminal de ônibus da Central do Brasil, na avenida Presidente Vargas, contou que a situação no local é como de hábito desde 5h, quando ela chegou para trabalhar.

"Ontem estava horrível. Era uma luta para conseguir ônibus. Voltar para casa foi bem complicado. Mas hoje todos os ônibus estão rodando normalmente", disse Suzyanni.

Trânsito

Segundo o taxista Antônio Carlos, o trânsito "piorou muito" durante a paralisação de ontem. "Eu até pensei que ia ficar melhor, sem ônibus nas ruas, mas foi pauleira. O pessoal acabou tirando os carros de de casa", disse.

"Hoje (sexta) não está bom, mas pelo menos está melhor que ontem", completou.