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Me empurraram e caí no vão do metrô, diz administradora assustada com greve

A administradora Regiane Carvalho, que foi ferida durante a volta para casa - Wellington Ramalhoso/UOL
A administradora Regiane Carvalho, que foi ferida durante a volta para casa Imagem: Wellington Ramalhoso/UOL

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

06/06/2014 09h31

Após o tumulto de ontem, a estação Corinthians-Itaquera da linha 3-vermelha do metrô de São Paulo, na zona leste, teve nesta sexta-feira (6), no segundo dia de greve do Metrô, uma manhã mais tranquila.

Apesar disso, passageiros relatavam medo de ir ao trabalho de trem ou lotação por temerem não conseguir voltar mais tarde para casa.

"Ontem, na volta para casa, me empurraram no trem e caí no vão [do metrô na estação Luz] e machuquei as minhas pernas. Chegou a sangrar. Tenho medo da lotação, mas preciso trabalhar”, disse a administradora Regiane Carvalho antes de embarcar no veículo rumo ao serviço.

O embarque nos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na estação ficou bloqueado durante o começo do dia --o acesso à plataforma foi liberado às 7h20.

A secretária Beatriz Fernandes rejeitava a ideia de usar ônibus por causa da lotação dos coletivos e do trânsito na Radial Leste. "Levei mais de duas horas de ônibus ontem. Foi horrível", afirmou.

Quem pretendia embarcar em um trem da CPTM temia a superlotação. "Está muito cheio. Se melhorar, vou lá", afirmava Francisco da Silva, morador de Arthur Alvim e funcionário de uma distribuidora de bebidas no Brás, também na zona leste.

Mas embarcar em um trem da CPTM não resolvia o problema dos passageiros que trabalham em regiões como a zona sul, onde o melhor acesso é pelo metrô. O clima era de indefinição, com os passageiros buscando informação e alternativas de transporte.

Moradora de Guaianases, extremo leste da cidade, a balconista Janamara Rodrigues temia faltar ao trabalho no Jabaquara, região sul, pelo segundo dia seguido. Com a greve, a estação Jabaquara do metrô está fechada desde ontem. "Dá medo. Não sei o que vão falar na empresa."

O funileiro Ivanildo Pereira da Silva vivia a mesma situação. Morador do Iguatemi, na zona leste, ele trabalha na Vila Santa Catarina, próximo ao Jabaquara, e se via sem alternativas para chegar ao trabalho.