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Polícia indicia o 4º suspeito de participação na morte do menino Bernardo

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

06/06/2014 18h15

A polícia indiciou um quarto suspeito de envolvimento no assassinato do menino Bernardo Boldrini, 11 anos, no noroeste do Rio Grande do Sul, em 4 de abril.  Evandro Wirganovicz, irmão da assistente social Edelvânia Wirganovicz, foi indiciado por homicídio simples e ocultação de cadáver.

A Polícia Civil de Três Passos, que comandou toda a investigação, entregou o complemento do inquérito que indiciou o pai do menino, Leandro Boldrini, 38, e a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, 31, na tarde desta sexta-feira.

Em maio, Boldrini,Graciele e Edelvânia foram indiciados por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e todos por ocultação de cadáver. Leandro foi denunciado, ainda, por falsidade ideológica.

Na época, as investigações sobre a participação de Evandro no crime continuaram. Seu indiciamento é simples porque, conforme a apuração, ele não atingiu nenhuma qualificadora,como motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima, como os demais.

O que mais pesou contra ele foram o depoimento de um policial aposentado que viu o carro do suspeito próximo ao local em que Bernardo foi encontrado e a análise de seu depoimento pelo detector de mentiras. O equipamento apontou irregularidades quando Evandro falou da feitura do buraco do fato de ele saber da morte de alguém.

No dia 17 de maio, a Justiça gaúcha aceitou a denúncia do MP e os suspeitos de participação na morte de Bernardo se tornaram réus. A decisão foi tomada na manhã desta sexta-feira, pelo juiz  Marcos Luís Agostini, de Três Passos.

Relembre o caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu na sexta-feira 4 de abril, em Três Passos (470 km de Porto Alegre), no noroeste do RS. Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior da cidade vizinha de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico, na localidade de Linha São Francisco.

Para a polícia, o cirurgião Leandro Boldrini, 38, pai do menino, a madrasta, Graciele Ugolini, 32, e a assistente social e amiga do casal, Edelvania Wirganovicz, 40, assassinaram o garoto. Os motivos estão sendo apurados.

Os policiais acreditam que a herança deixada pela mãe do menino - parte do patrimônio de Leandro - depois de sua morte, um suicídio praticado em 2010, seja a principal hipótese.

Desde o fim de 2013, Conselho Tutelar e Promotoria da Criança e do Adolescente de Três Passos já eram cientes do abandono afetivo de Bernardo por parte do pai e da madrasta. Depois de sua morte, relatos de que ele era agredido por Graciele chegam de pessoas próximas ao casal e de vizinhos.