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Sete golfinhos são encontrados mortos no litoral sul de São Paulo

Sete golfinhos são encontrados mortos no litoral sul de São Paulo; eles se afogaram ao tentar se soltar de redes de pesca - Thiago Nascimento/Aquário Municipal de Peruíbe
Sete golfinhos são encontrados mortos no litoral sul de São Paulo; eles se afogaram ao tentar se soltar de redes de pesca Imagem: Thiago Nascimento/Aquário Municipal de Peruíbe

Rafael Motta

Do UOL, em Santos (SP)

26/06/2014 12h41

Sete golfinhos-do-rio-da-prata, popularmente conhecidos como toninhas, foram encontrados mortos na manhã dessa quarta-feira (25) na Praia das Ruínas, em Peruíbe (135 km de São Paulo). São cinco fêmeas – quatro delas adultas e prenhes – e dois filhotes machos, que se afogaram ao tentar se soltar de redes de pesca.

As informações foram transmitidas pelo biólogo Thiago Nascimento, responsável pelo Aquário Municipal de Peruíbe. “Não é comum que apareçam golfinhos mortos nas praias nessa quantidade. Eles morreram enroscados na mesma rede, possivelmente usada para a captura de camarão, do qual os golfinhos se alimentam.”

O biólogo salienta que os golfinhos precisam subir frequentemente à superfície para respirar. Como não puderam se livrar da rede, afogaram-se.

Os cadáveres tinham marcas de mordidas, provavelmente dos outros golfinhos do bando. Segundo Nascimento, esses mamíferos ajudam uns aos outros em situações de perigo, como ataques de tubarões. E, neste caso, teriam se machucado ao tentar soltar a si e aos demais membros do grupo que se prenderam na rede. “Os corpos ainda estavam frescos quando os encontramos.”

“A toninha é uma espécie ameaçada de extinção por causa da captura acidental. A pesca do camarão e a alimentação delas ocorrem no mesmo lugar. Desde 1999, quando entrei no aquário, já vi mais ou menos 50 golfinhos mortos nessa situação, mas nunca tantos ao mesmo tempo”, descreve.

Nascimento explica que as toninhas são vistas apenas em três países: Uruguai, Argentina (estes dois, cortados pelo rio da Prata, do qual tem origem o nome da espécie) e Brasil, com ocorrência até a região Nordeste.

Os animais recolhidos em Peruíbe foram submetidos a autópsia em uma estrutura montada na areia, diante do aquário (situado na Praia do Centro, a aproximadamente sete quilômetros do lugar onde foram encontrados). O esqueleto de um deles será remontado para aulas de educação ambiental, e os outros corpos serão destinados ao lixo séptico e incinerados.