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Arma de suspeitos de matar zelador foi usada na morte de empresário no Rio

Do UOL, em São Paulo

02/07/2014 11h02

Uma perícia realizada pela polícia de São Paulo comprovou que a arma e o silenciador encontrados na casa do publicitário Eduardo Martins e da advogada Ieda Cristina Martins, suspeitos do assassinato do zelador Jezi Lopes de Souza, na zona norte da capital paulista, foram utilizados na morte do empresário José Jair Farias, em 2005, no Rio de Janeiro.

Farias e Ieda Martins foram casados e tiveram um filho. Na época do crime, os dois disputavam a guarda do garoto.

Ieda mora desde 2001 com o publicitário Eduardo Martins. Familiares de Farias contaram à polícia que Ieda exigia dinheiro do ex-marido para permitir que ele visse a criança. Ele chegou a gravar conversas telefônicas e a anotar pagamentos que fazia à ex-mulher. Em 2002, o empresário registrou na polícia ameaças que teriam sido feitas pelo publicitário.

Em 9 de dezembro de 2005, Ieda registrou queixa contra Farias por ele ter ido à escola buscar o filho do casal sem avisá-la.

Onze dias depois, o empresário foi encontrado morto com dois tiros, dentro de seu carro, na estrada dos Palmares, em Santa Cruz. na zona oeste da capital fluminense.

Ontem, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) informou ter prorrogado por mais 30 dias a prisão temporária de Eduardo e Ieda Martins por causa da investigação sobre a morte de Farias.

"A prorrogação da prisão temporária dos indiciados apresenta-se imprescindível para a conclusão das investigações, que, como assinalou a autoridade policial, deverá ainda reinquirir e ouvir algumas testemunhas, realizar a acareação entre Ieda e sua genitora e o confronto balístico entre os projéteis apreendidos nos presentes autos e o revólver e o cano da pistola apreendidos na casa do indiciado Eduardo", afirmou o juiz Fábio Uchoa.

Zelador

No último dia 24, a Justiça de São Paulo decidiu prorrogar outro pedido de prisão preventiva do publicitário -- por causa do homicídio do zelador --, também por 30 dias. Martins está preso desde o dia 2 de junho, quando foi flagrado na casa da família na Praia Grande, no litoral paulista, queimando as vísceras do corpo de Jezi de Souza.

Souza morreu no dia 30 de maio no prédio em que trabalhava no bairro da Casa Verde, na zona norte de São Paulo. O publicitário disse que o zelador morreu acidentalmente ao bater a cabeça em um batente após uma discussão entre os dois no hall de entrada do apartamento do casal. Martins levou o corpo até Praia Grande e usou um serrote para esquartejá-lo.

A polícia suspeita que Ieda Martins ajudou o marido a transportar o corpo da vítima, mas ela se diz inocente. O publicitário também inocentou a advogada.

A polícia já realizou duas reconstituições do caso: uma no apartamento do casal, em São Paulo, e outra na casa da família, em Praia Grande. Além disso, promoveu uma acareação entre os dois.

Imagens do circuito interno do edifício registraram os últimos momentos em vida do zelador. Ele aparece no elevador preparando-se para entregar correspondências nos apartamentos.

Segundo relatos do próprio publicitário e da família do zelador, os dois discutiam com frequência por motivos banais, como a entrega de jornais e vagas na garagem do prédio.

O zelador havia registrado no livro interno de ocorrências do condomínio um relato de ameaça feita pelo publicitário. Além das suspeitas de participação nos dois casos, Eduardo Martins tem outros antecedentes criminais, como abandono de incapaz.