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Família de Marcelo Pesseghini pede reabertura de investigação

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

15/07/2014 17h17Atualizada em 15/07/2014 17h21

A família do adolescente Marcelo Pesseghini, 13, acusado de matar os pais, protocolou na tarde desta terça-feira (15) um pedido no MP-SP (Ministério Público de São Paulo) para que sejam retomadas as investigações sobre o caso.

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"Se o MP tiver vontade vai conseguir ler os dez volumes do processo e concluir que a investigação foi negligente porque só se buscou um único ponto, de apontar Marcelo como culpado, e se deixou de investigar outros pontos necessários", afirma Roselle Soglio, advogada dos avós paternos do menino.

O pedido foi entregue na 3ª Vara Especial da Infância e da Juventude. Roselle Soglio espera que a promotoria apresente em uma semana um parecer sobre o pedido.

Após mais de nove meses de investigação, a Polícia Civil concluiu o inquérito e apontou Marcelo Pesseghini como autor dos assassinatos do pai, Luís Marcelo Pesseghini, 40, sargento da Rota (tropa de elite da Polícia Militar); da mãe, Andréia Bovo Pesseghini, 36, cabo da PM;  da avó Benedita Bovo, 67; e da tia-avó Bernadete Bovo, 55. O adolescente teria se matado em seguida.

O MP-SP concordou com a conclusão da polícia e pediu o arquivamento do processo. Analisado inicialmente por um juiz do Tribunal do Júri, o caso foi encaminhado no mês passado para análise das Varas da Infância e Juventude no Ministério Público e na Justiça. O promotor e o juiz que vão avaliar o caso ainda não foram definidos.

O crime aconteceu em 5 de agosto de 2013, na Brasilândia, zona norte da capital paulista. "Acredito que o MP pode me auxiliar a fim de buscar a verdade. É por meio dele que quero que seja dada continuidade à investigação porque  não há lógica na conclusão de que Marcelo seja autor dos disparos", diz Roselle Soglio.

Facebook

A advogada da família aposta em um 'elemento novo' para conseguir convencer o MP a aceitar o pedido de retomada da investigação.

Segundo ela, uma página no Facebook em homenagem ao pai do menino foi criada mais de uma hora antes da descoberta dos corpos.

A criação da página data das 16h48 do dia 5 de agosto de 2013. De acordo com Soglio, os corpos só foram encontrados às 18h. A perícia chegou ao local às 20h. Pouco menos de uma hora depois, fotos da família foram postadas na página do Facebook.  

"Não pode ter sido Marcelo porque ele já estava morto no horário que foi criada. A pessoa que criou tinha conhecimento absoluto que a família estava morta", defende.

Quatro dias após o crime, fotos do local do crime e dos corpos foram publicadas na página. A última postagem é de 17 de agosto do ano passado.

"A polícia foi negligente porque não citou isso [a existência da página] no inquérito e nem correu atrás do dono dela. A pessoa que fez isso tinha conhecimento que a família estava morta. Não sei se é a autora ou cúmplice, mas se a polícia vai atrás dela vai descobrir como ela sabia das mortes", criticou a advogada.

A reportagem do UOL mandou mensagem para o responsável pela página, mas não obteve resposta.