Empresa que projetou viaduto que caiu em BH não acompanhava obra desde 2013

O presidente da Consol, empresa responsável pelo projeto executivo do viaduto Batalha dos Guararapes, afirmou nesta nesta terça-feira (22) que não acompanhava a obra desde abril de 2013, quando terminou o contrato com Cowan, que executa a construção.

Em entrevista coletiva concedida também nesta terça, a Cowan divulgou relatórios técnicos que mostram que falhas no projeto executivo do viaduto em construção em Belo Horizonte provocaram o desabamento de um trecho na obra no último dia 3 de julho. O incidente matou duas pessoas.

Maurício de Lana disse que o contrato da empresa com a Cowan, para acompanhamento das obras do complexo da avenida Pedro 1º, para a construção de seis elevados, encerrou-se em abril de 2013, com o término do viaduto Monte Castelo.

“Tínhamos um contrato com a Cowan para o acompanhamento das obras, realizando o controle e supervisão da execução dos projetos. O contrato entre as duas empresas, porém, encerrou-se com a construção do viaduto Monte Castelo, em abril de 2013. A Consol não acompanhou as obras do viaduto Batalha dos Guararapes”, afirmou o executivo.

“As diversas obras de mobilidade que apresentaram problemas em Belo Horizonte, como a trincheira da avenida Portugal e outros viadutos, não tiveram a participação da Consol”, disse De Lana.

“Não tivemos acesso ao relatório da Cowan, mas a diretoria está reunida com os engenheiros e calculistas da empresa avaliando a situação. De qualquer modo, vamos aguardar o resultado das perícias da Polícia Civil antes de qualquer conclusão”, afirmou.

“Cada parte agora vai tentar dar a sua versão. Os acidentes em engenharia normalmente acontecem por causa de um somatório de fatores, que não são necessariamente erros. Pode ser, por exemplo, uma questão geológica”.

O UOL entrou em contato com a prefeitura de Belo Horizonte e com a Cowan para comentar a questão. As assessorias de imprensa de ambos disseram que iriam responder ainda nesta terça-feira (22) à solicitação.

Presidente da Sudecap falou em "culpa solidária" logo após o desabamento

Menos de 24 horas após o desabamento do viaduto Batalha dos Guararapes em Belo Horizonte, que matou duas pessoas e feriu 23,  na quinta-feira (3), o presidente da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) José Lauro Nogueira Terror, admitiu falha de fiscalização da prefeitura de Belo Horizonte nas obras dos viadutos da avenida Pedro 1º.

Terror não detalhou quais foram os erros nas vistorias e disse que todo o processo é observado no dia-a-dia da obra.

“Entendemos que sim, houve um erro. Independente da presença das empresas contratadas para o auxílio à fiscalização. A prefeitura sempre manteve pessoal próprio para a atividade”, disse.

“Agora estamos em uma etapa de apuração das causas do acidente. Somente após essa identificação, feita por especialistas e peritos contratados pela prefeitura, é que vamos apontar os responsáveis. A responsabilidade é solidária das várias entidades e empresas que participaram do processo, inclusive da Sudecap”, afirmou.