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Crimes violentos sobem em junho no RJ; policiais mataram 18 pessoas a mais

Do UOL, no Rio

31/07/2014 11h31

Os números divulgados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) do Rio de Janeiro apontam aumento em praticamente todas as ocorrências de crimes considerados violentos se comparados os meses de junho de 2013 e junho deste ano. No comparativo do período também há registro de 18 autos de resistência –mortes em confronto com policiais—a mais: foram 26 no ano passado, contra 44 na último mês. Em maio, no entanto, o número tinha sido maior: 52 pessoas foram mortas por agentes de segurança.

Segundo os dados do ISP, homicídios dolosos tiveram aumento de 3% no período, com 362 assassinatos registrados em junho de 2013, contra 373 no mesmo mês deste ano (em maio, foram 440 assassinatos). No total, o índice de letalidade violenta, que inclui homicídios, latrocínios, autos de resistência e lesões seguidas de morte, subiu entre um ano e outro 6,9%.

O número de tentativas de homicídio também subiu: de 378 em junho do ano passado para 508 em junho deste ano, num aumento de 34,4%. Em contrapartida, o número de estupros registrados em delegacias caiu 11,2%, de 483 casos em junho do ano passado para 429 em junho de 2014.

O crime que registrou maior aumento proporcional foi o roubo de carga, que subiu 68,6%: de 229 para 386 casos. O roubo de rua (assaltos a pessoas, em coletivos ou roubos de telefones celulares) também subiu consideravelmente, de 5.711 registros em junho de 2013 para 7.954 no mês passado (39,3%).

Copacabana, na zona sul, registrou uma explosão de furtos durante a Copa. Foram 1.218 casos em junho, ante 271 no mesmo mês de 2013 (350% de aumento). O bairro concentrou os turistas durante a Copa do Mundo.

O reforço do policiamento no Rio para a Copa começou em 23 de maio. A operação aumentou em 5.000 o número de PMs nas ruas. O policiamento só voltou ao normal em 18 de julho.

Violência policial

Recentemente, dois casos envolvendo oito PMs suspeitos de assassinato vieram à tona. Um deles é o dos cabos Fábio Magalhães e Vinícius Lima, suspeitos de assassinar um menor de 14 anos no alto da Estrada do Sumaré, no Rio Comprido, zona norte do Rio de Janeiro, no dia 11 de junho.

Três jovens foram conduzidos pelos cabos para o alto da estrada do Sumaré. Eles eram suspeitos de cometer assaltos no centro do Rio. O corpo de Mateus Alves foi encontrado cinco dias depois em um matagal próximo ao local da suposta execução, o que deu início à investigação da Polícia Civil. Os PMs foram presos no dia 17 de junho, após imagens da câmera interna do veículo em que estavam mostrar toda a ação.

Em um trecho, um dos dois PMs afirma, minutos antes de levar os meninos para o Sumaré, que iria "descarregar a arma um pouquinho". Em outro, eles conversaram dentro carro da Polícia Militar sobre a possibilidade de fazer "isso toda semana".

O outro caso é o de seis policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) dos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, na região central do Rio, presos após participar de um tiroteio no morro do Fogueteiro no último sábado (26), que terminou com a morte de duas pessoas.

O caso veio à tona porque a mulher de Rodrigues, Daniele Barbosa dos Santos, foi à delegacia e garantiu que o marido, que trabalhava como taxista, não tinha envolvimento com o tráfico. Ele foi encontrado em uma vala com quatro tiros na perna, um no abdômen e outro na cabeça.