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Condenado por matar Eliza, Bola diz que primo de Bruno é um desequilibrado

Bola durante o seu julgamento realizado em 2013 - Bernardo Salce/Agencia i7 - 22.abr.2013
Bola durante o seu julgamento realizado em 2013 Imagem: Bernardo Salce/Agencia i7 - 22.abr.2013

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

01/08/2014 14h46

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado a 22 anos pela morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, disse nesta sexta-feira (1º) que Jorge Rosa Sales, primo do atleta, é uma pessoa “desequilibrada”.

Em entrevista veiculada e concedida do local onde está preso à TV Alterosa, afiliada do SBT em Belo Horizonte, Bola foi questionado sobre a última versão dada por Sales sobre o paradeiro do corpo da mulher.

Na semana passada, Sales apontou o local onde estaria o corpo, mas escavações feitas não encontraram nada.

Bola negou, mais uma vez, ter tido participação na morte da ex-modelo. Ele usou como argumento, para tentar desacreditar as declarações de Sales, as mudanças de versões que o primo do goleiro Bruno deu para o caso.

"Você vê que o rapaz é uma pessoa desequilibrada, uma pessoa que foi plantada para fazer isso. Ora foi estrangulada [referindo-se a Eliza], ora meus cachorros comeram. Não condiz nada o que ele fala, nem o que a polícia falou. Ora falam que foi com maçarico, ora falam que foi com faca [aludindo a um suposto esquartejamento do corpo da vítima]", afirmou. Bola, porém, não apontou quem seria o responsável por "plantar" Sales no caso.

"Eu jamais fiz isso e jamais faria isso. Não é da minha índole", afirmou o homem, preso atualmente em uma casa de custódia utilizada para confinar policiais e ex-policiais acusados e condenados por crimes. O local fica em Belo Horizonte.

Bola disse ainda que não reconhece o lote apontado por Sales, local de escavações feitas na semana passada pela Polícia Civil mineira, em Vespasiano, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, e onde o ex-policial morava.

O terreno foi escavado na tentativa de encontrar o corpo de Eliza. Sales indicou o local como sendo onde estaria a ossada da mulher, mas nada foi encontrado.

Bola repetiu que não conhecia, antes do crime, os outros condenados pela morte de Eliza, incluindo Sales.

Ele disse também ser falsa a listagem de ligações telefônicas utilizada pela polícia como prova de que ele falou com outros envolvidos no dia do crime, 10 de junho de 2010.

Apesar de não ter citado nominalmente, Bola aponta o responsável pelas investigações sobre o crime, o ex-delegado e atual vereador Edson Moreira (PTN), como seu principal desafeto e quem teria interesse em incriminá-lo. O vereador não foi localizado para se posicionar sobre o assunto.

Atentado

Bola disse ainda ter sido atacado por um homem, que tentou matá-lo, durante o período em que esteve na Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, situada na cidade de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O ex-policial afirmou que conseguiu se esquivar de ser atingido no pescoço por um objeto cortante e ainda teria dominado o agressor.

Ele, no entanto, não explicou qual a motivação do homem para atacá-lo, mas diz ter ficado com marcas de ferimentos provocados durante a luta em um dos braços.

O UOL entrou em contato com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e aguarda um retorno do órgão sobre o assunto.