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Em meio à seca, Engenheiro Coelho (SP) tem água pelos próximos 50 anos

Represa da Fazenda Pinhalzinho, que abastece Engenheiro Coelho (SP) - Divulgação/Prefeitura de Engenheiro Coelho
Represa da Fazenda Pinhalzinho, que abastece Engenheiro Coelho (SP) Imagem: Divulgação/Prefeitura de Engenheiro Coelho

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

01/08/2014 18h39

Ao contrário do Estado de São Paulo, que enfrenta a pior seca dos últimos 30 anos, Engenheiro Coelho (160 km de São Paulo) dispõe de um reservatório capaz de manter a cidade em abundância hídrica ao menos pelos próximos 50 anos, segundo previsão do Saeec (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Engenheiro Coelho).

Na contramão da escassez do recurso até em cidades vizinhas, hoje, a fartura de água na represa da Fazenda Pinhalzinho – que abastece o município – é tão grande que a entrada de água no reservatório precisa ficar fechada durante três horas diárias, para evitar transbordamentos.

“Vivemos em total abundância hídrica. A cidade é abastecida por uma represa da Fazenda Pinhalzinho, que está completamente cheia, Inclusive, precisamos fechar a entrada de água no reservatório por três horas diárias para evitarmos que ele transborde”, disse o superintendente do Saeec, João Maurício Victor Heremann.

Segundo ele, os 17 mil moradores do município recebem orientação para economizar água, mas por questões ambientais, não pela falta do recurso.

“Aqui, o abastecimento é normal e a estação de tratamento continua operando com sua capacidade máxima. Somos autosuficentes em recurso hídrico”, afirmou. O município consome, em média, 135 metros cúbicos de água por hora. Com sua vegetação totalmente preservada ao longo de 100 anos, a represa está localizada em uma fazenda particular, cuja área total é de 19 alqueires.

Para a estudante Ana Beatriz Rocha, 18, é um alívio saber que a situação no município é totalmente diferente da maior parte do Estado, mas, mesmo assim, em sua casa o ordem é economizar para que nunca falte. “Mesmo sabendo da abundância de água na represa, procuramos economizar por questão de consciência ambiental. Desde pequena, meus pais me ensinaram a economizar água. Quando vejo os noticiários, fico chateada com a situação do Estado”, disse.

A professora Juliana Cintra disse acreditar que a situação crítica vivida pelo Estado despertou as pessoas para o consumo consciente.

“A água é um bem universal, sem ela não tem como viver, não existe conforto, nem comodidade. Por isso, precisamos aprender com a situação pela qual o Estado passa e continuarmos economizando cada vez mais”, disse.

Na casa dela, os banhos são rápidos, as roupas são acumuladas durante uma semana e as áreas externas só são lavadas com água reaproveitável da máquina.

Para o analista de sistemas Marcos Soares, 29, mesmo com essa disponibilidade de água, a prefeitura deve continuar investindo na conscientização.

“Hoje, nós não temos essa preocupação, somos autossuficientes, mas não podemos relaxar. É preciso continuar conscientizando para que as gerações futuras também não passem por esse problema”, afirmou.