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Polícia faz busca por "desaparecido" dentro de presídio de Pedrinhas, no MA

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

08/08/2014 14h23

Um preso que estava detido no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, está desaparecido desde essa quinta-feira (7). Policiais e agentes realizam buscas dentro do próprio presídio para encontrar Rafael Alberto Libório Gomes, que estava preso acusado de assassinato.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária confirmou o sumiço e disse que “está fazendo diligências internas, com o apoio da Polícia Civil e do Serviço de Inteligência Penitenciária, para apurar o possível desaparecimento do detento”.

O preso desapareceu da cela 10, Bloco A, do Presídio São Luís 1. Como não houve registro de fugas, há a hipótese de que o detento poderia ter sido assassinado, e o corpo ter sido escondido pelos assassinos.

Sob intervenção da Força Nacional de Segurança, o complexo tem capacidade para 1.770 vagas e têm hoje cerca de 2.100 presos.

Por conta do desaparecimento, a secretaria informou que agentes do Grupo de Escolta e Operações Penitenciárias e a Polícia Militar reforçaram a segurança na unidade.

Nesta sexta-feira, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Eliziane Gama (PPS), cobrou do governo do Estado esclarecimentos e afirmou que imagens divulgadas nas redes sociais teriam mostrado que o detento estaria morto, mas o corpo ainda teria sido localizado pela secretaria.

Este não foi o primeiro caso de desaparecimento de preso no complexo de Pedrinhas. Em abril de 2013, o detento Ronalton Silva Rabelo, 32, sumiu e nunca teve paradeiro informado. Ele estava em prisão provisória desde setembro de 2012 e não chegou a ser condenado.

“Infelizmente, este não é um caso novo e poderá ser mais um a ficar sem resposta. Esta família, assim como a do Ronalton, poderá não exercer o direito de velar o corpo de um ente querido. Até agora não sabemos qual foi a conclusão do inquérito do primeiro desaparecimento”, disse Eliziane Gama.

Pedrinhas

No ano passado, 60 presos foram assassinados dentro do complexo --alguns com decapitação--, o que levou a intervenção da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança, que passaram a tomar conta dos presídios. Neste ano, foram registradas dez mortes no local.

O complexo de Pedrinhas foi Inaugurada em 12 de dezembro de 1965, na gestão do governador Newton de Barros Belo. Ela tinha capacidade para um total de 120 presos em suas instalações. Com anos, o local ganhou presídio feminino, Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), Casa de Detenção (Cadet), Presídio São Luís 1 e 2, Triagem, o Centro de Detenção Provisória (CDP).

Apesar de ser pivô da crise na segurança pública no Maranhão, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é ignorado nos planos de governo dos seis candidatos ao Executivo das eleições de outubro.