Alckmin veta projeto que previa vagões exclusivos para mulheres em SP
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou, nesta terça-feira (12), o veto ao projeto de lei que previa a criação de vagões exclusivos para as mulheres nos trens do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
"Louvo a boa intenção do legislador, mas não nos parece adequado o caminho da segregação", disse o governador a respeito do projeto do deputado estadual Jorge Caruso (PMDB), aprovado em julho.
Em meio à campanha eleitoral, o anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, diante de integrantes do Conselho Estadual da Condição Feminina e representantes de sindicatos e ONGs (Organizações Não-Governamentais).
Alckmin afirmou que chegou a preparar o texto de promulgação da proposta, mas optou pelo veto após analisar o pedido do Conselho da Condição Feminina. Por unanimidade, as conselheiras haviam pedido ao governador que não sancionasse a lei.
O governador e o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disseram que haveria dificuldades técnicas para a criação dos vagões exclusivos. Um exemplo da dificuldade é a Linha 4-Amarela, do Metrô, em que os passageiros podem transitar entre os vagões.
Aparecida Carmelita, diretora do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, criticou o projeto, lembrando que um vagão não comportaria a quantidade de usuárias do transporte sobre trilhos. "O projeto é pobre. O que o sindicato propõe é a melhoria do transporte público".
"Do ponto de vista das mulheres, [o projeto] é um retrocesso", afirmou Zuleica Lisboa Perez, representante da Secretaria Estadual do Meio Ambiente no conselho.
Movimento feminista pede ênfase em campanhas
As mulheres ressaltaram a necessidade de campanhas contínuas de combate ao assédio e à violência sexual no transporte, e de medidas que facilitem as denúncias contra os agressores.
Fernandes disse que os aplicativos de celular disponibilizados pelo governo estadual ajudam as passageiras a denunciar abusos.
Alckmin declarou que os trens novos são equipados com câmeras, e que o Metrô e a CPTM têm aumentado a quantidade de mulheres que trabalham como agentes de segurança nas estações. Atualmente, são 153 mulheres nessa função nas duas empresas.
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