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Homem perde a mão após bomba caseira explodir no seu bolso

Renata Tavares

Do UOL, em Uberlândia (MG)

10/09/2014 16h33

O químico Luiz Humberto Branco França, 50, teve a mão amputada e um pedaço da coxa arrancado depois que uma bomba de fabricação caseira explodiu no bolso dele, no final da noite de terça-feira (9).

Segundo a Polícia Militar, ele estava dentro de seu carro estacionado no centro de Uberaba (437 km de Belo Horizonte), com a filha de 20 anos e a mulher de 40, quando o explosivo detonou.

Um rapaz que passava próximo ao local escutou a explosão e acionou a PM e o Samu. No momento em que foi socorrido, Luiz França disse aos paramédicos que estava indo para um rancho. Ele tinha outras duas bombas no bolso, que não explodiram, e foram jogadas por ele no chão após a explosão.

O esquadrão antibomba da PM de Belo Horizonte foi acionado e depois de quase 12 horas o local foi liberado.

A PM ainda foi até a casa do químico e, segundo o boletim de ocorrência, foram encontrados artefatos explosivos semelhantes ao que detonou dentro do carro, mas a quantidade não foi mencionada.

Filha não sabia 

A filha do químico, Lelaine Cristina França, 20, sofreu queimaduras no braço, barriga e também perna, foi atendida e liberada nesta quarta-feira (10) pela manhã. A jovem disse ao UOL que não sabia da existência de explosivos no bolso e tampouco na casa do pai.

“Foi tudo muito rápido. Eu estava dirigindo e de repente explodiu. Nunca tinha visto essas bombas. Não tenho conhecimento para quê ele iria usá-las e também não sei de onde elas vieram”, disse.

A mãe de Lelaine França, que também estava no carro, não teve nenhum ferimento. O químico Luiz França continua internado em observação.

Investigação

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. Segundo o delegado responsável pela investigação, Luiz Antônio Blanco, o químico ainda não foi ouvido por estar internado, mas assim que receber alta do hospital será interrogado.

A suspeita é que França fabricava explosivos clandestinamente. “Agora nós precisamos saber o porquê e para que ele estava produzindo esses artefatos. Por enquanto ele pode responder pelo crime de fabricar e portar esse material sem licença."

O crime tem pena de 6 meses a dois anos de prisão, além de multa.

Questionado sobre a possibilidade de que França poderia estar fabricando explosivos para quadrilhas que explodem caixas eletrônicos, o delegado disse que essa hipótese também será investigada.

“Essa motivação depende de uma apuração mais detalhada. Ainda vamos apurar o que ele ia fazer com esses artefatos”, disse.