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Nível do Cantareira cai mais rápido com uso do volume morto

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

16/09/2014 06h00Atualizada em 16/09/2014 10h43

O nível de armazenamento de água do Sistema Cantareira caiu mais rápido com o uso do volume morto, água que fica no fundo das represas. A reserva técnica do sistema começou a ser captada há quatro meses.

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Em 15 de maio, quando 182,5 bilhões de litros do volume morto começaram a ser bombeados, o nível do Cantareira estava em 8,2%, o menor de sua história. No dia seguinte, já com a reserva técnica, o nível foi elevado para 26,7%.

Passados quatro meses, o índice caiu 17,6 pontos percentuais, uma média de 0,1 por dia, atingindo o patamar de 9,1% na segunda-feira (15). Nesta terça (16), o nível caiu para 8,9%. 

Nos quatro meses anteriores, entre 16 de janeiro e 15 de maio deste ano, o índice do sistema caiu 16,8 pontos percentuais. Entre maio e setembro do ano passado, a queda do nível do Cantareira foi de 17 pontos percentuais.

O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de um terço da população da Grande São Paulo (6,5 milhões de moradores).

Em nota, a Sabesp informa que essa queda ocorreu por causa da "menor afluência (entrada de água nas represas do sistema) registrada em 2014, além do forte calor, inclusive no inverno, e da falta de chuvas". Segundo a companhia, a afluência média entre janeiro e agosto deste ano foi 25% da média histórica. 

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Mesmo diante da situação crítica, o governo estadual descarta totalmente a opção de implantar um racionamento para reduzir o consumo de água, embora não faltem relatos de pessoas que dizem sofrer com a interrupção do fornecimento de água diariamente, principalmente no período da noite e madrugada.
 
Para evitar que falte água na torneira dos moradores da Grande São Paulo, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pretende usar uma segunda cota do volume morto do Cantareira, de cerca de cem bilhões de litros de água, "se for necessário".
 
As obras estão em andamento, mas a companhia ainda não tem autorização para usar essa parte da reserva técnica.
 
A companhia também tem planos de utilizar a reserva técnica do Alto Tietê. O nível do sistema, que abastece 4,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, chegou ontem a 13,5%, o menor de sua história.
 
Ainda segundo a Sabesp, a partir deste mês o Sistema Rio Grande vai passar a fornecer mais 800 litros por segundo e, em outubro, será a vez de o Guarapiranga fornecer mais mil litros por segundo para "desafogar" o Cantareira. O Guarapiranga estava até ontem com 54,6% de sua capacidade, e o Rio Grande, com 79,1%.
 
Ainda de acordo com a Sabesp, o fornecimento de água está garantido até março de 2015.