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Testemunha confirma que acusada de assassinar Bernardo comprou sedativo

Depoimentos corroboram com a versão da polícia, de que Edelvânia Wirganovicz participou do assassinato do menino e da premeditação, em 4 de abril deste ano - Reprodução/Facebook
Depoimentos corroboram com a versão da polícia, de que Edelvânia Wirganovicz participou do assassinato do menino e da premeditação, em 4 de abril deste ano Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em Porto Alegre

18/09/2014 21h00

Três testemunhas confirmaram à Justiça nesta quinta-feira (18) que venderam uma pá, uma cavadeira e o medicamento Midazolan a Edelvânia Wirganovicz, ré no processo que apura as responsabilidades pela morte de Bernardo Boldrini, 11, no norte do Rio Grande do Sul. Os depoimentos corroboram com a versão da polícia, de que a assistente social participou do assassinato do menino e da premeditação, em 4 de abril deste ano.

As audiências ocorreram hoje na 3ª Vara Criminal de Frederico Westphalen, cidade em que Bernardo foi enterrado pelos seus assassinos. Os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz estavam presentes. Eles são réus no processo, juntamente com Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, pai e madrasta do menino. Os quatro são acusados pelo Ministério Público de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (apenas Leandro).

Ao juiz Jairo Cardoso Soares, Ariane Cogo, a funcionária da farmácia que vendeu o medicamento Midazolan (muito usado como sedativo) à Edelvânia, disse que, durante o atendimento, viu que o remédio solicitado pela cliente era de uso controlado.

"Não conhecia o medicamento, mas vi no sistema que era controlado. Vi também que ela tinha todos os dados necessários. Ela comprou e foi embora. Como eu sabia que era Edelvânia, não conferi fotos e outros dados do documento dela. Depois que os fatos foram à mídia eu reconheci que era a Graciele que estava com ela", lembrou.

Mais tarde, foi a vez de Leandro Assis Brondani prestar depoimento. Dono de uma agropecuária, ele disse que explicou a duas mulheres que compareceram à sua loja, entre 1º e 4 de abril deste ano, o que elas precisariam para abrir um buraco, conforme a dupla havia questionado. Ele respondeu que seria uma pá ou uma cavadeira, e, como não trabalhava com esse tipo de ferramenta, indicou outras duas lojas próximas.

No momento do seu relato, com a presença de Edelvânia, Brondani não deu total certeza de que a moça em questão era Edelvânia. Mas disse ser "muito parecida", e que estava acompanhada de outra mulher.

"Naquele dia, não sei dizer bem quando me perguntaram como se faz para fazer um buraco e o que precisariam. Eu respondi e disse o que precisaria, quais ferramentas. Aí perguntei o motivo do buraco. Ela só me disse que seria próximo a casa da sua mãe", afirmou.

Em sua vez, Hermes José Vendrusculo Scapin, sócio da ferragem onde Edelvânia comprou uma pá e uma cavadeira, relatou que a assistente social não quis o recibo da venda. "Ela não quis o registro de venda. Não sei quem era a outra pessoa, mas quem comprou foi a Edelvânia. Ela só pediu uma pá e uma cavadeira. Essa outra pessoa não entrou, não falou nada, ficou na porta", completou Scapin.

Outros três depoimentos foram dados nesta quinta: o sócio da construtora que vendeu a Edelvânia um imóvel na planta, um agricultor que mora próximo ao local em que o corpo foi encontrado, um ex-policial e um vigia que viram o carro de Evandro perto da área da cova, e a mulher de Evandro, Luciane Saldanha.

Ainda restam duas audiências para ouvir testemunhas arroladas pela acusação, de um total de 25. Uma em Santa Maria, no dia 16 de outubro, e outra em Santo Ângelo, com data ainda a ser marcada.