Após 80 dias, tráfego será liberado em avenida de BH onde viaduto caiu

Após 80 dias, o tráfego de veículos será liberado parcialmente na tarde da próxima segunda-feira (22) no trecho da avenida Pedro 1° onde desabou a alça sul do viaduto Batalha dos Guararapes, matando duas pessoas e ferindo outras 23, no início de julho deste ano.

A liberação parcial foi anunciada neste sábado (20) pela Prefeitura de Belo Horizonte. No domingo passado (14), a alça norte, que ainda permanecia de pé, foi implodida.

Segundo o informe, a partir das 15h, motoristas de carros particulares e ônibus terão o auxílio de agentes da BHTrans, empresa que gerencia o tráfego de veículos na cidade, além de faixas de pano contendo orientações, para transitarem nos dois sentidos da via.

O texto diz ainda que os veículos poderão circular nos dois sentidos entre a avenida João Samaha e a rua Américo Gasparini, utilizando as faixas da busway e da pista mista. 

Conforme a prefeitura, ainda não há uma data prevista para a liberação total do trecho da avenida, mas a administração local informou que “segue trabalhando para viabilizar o mais rápido possível a liberação”.

Viaduto caiu durante a Copa do Mundo

Em 3 de julho deste ano, durante a realização da Copa do Mundo no Brasil, a alça sul do viaduto desabou matando a motorista Hanna Cristina dos Santos, 26, e o ajudante de pedreiro Charlys Nascimento, 24. Os dois estavam dentro de veículos atingidos pela queda da estrutura. Outras 23 pessoas ficaram feridas.

Com a interdição da avenida, o trânsito na região ficou bastante complicado. Moradores de prédios vizinhos ao viaduto tiveram que deixar seus apartamentos.

Laudo

Um laudo da perícia técnica da Polícia Civil de Minas Gerais apontou uma série de erros no planejamento da construção do viaduto.

Trechos do documento foram divulgados no dia 15 deste mês pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo. Entre os problemas detectados, cabos usados para aumentar a resistência da laje do viaduto não teriam sido cobertos com massa de cimento como deveriam, além de um erro de cálculo na proporção de ferragem usada no bloco de fundação de um dos pilares de sustentação.

A perícia ainda apontou a existência de 42 buracos na estrutura do viaduto para a passagem de materiais. Essas aberturas teriam fragilizado a obra e não estavam previstas no projeto.

A soma desses erros teria causado uma sobrecarga no pilar de sustentação, que cedeu e causou a queda, quando as escoras foram retiradas. As empresas envolvidas na construção do viaduto e a prefeitura aguardam a divulgação oficial do laudo para se manifestarem. Ainda não houve a conclusão das investigações que estão sendo feitas pela Polícia Civil mineira.