PF desarticula fraude na Universidade Federal Rural da Amazônia

Ivan Richard

Da Agência Brasil, em Brasília

A Polícia Federal no Pará desarticulou nesta terça-feira (30) uma fraude no pagamento de valores adicionais a servidores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). O esquema pode ter provocado um rombo de R$ 4 milhões nos últimos cinco anos. De acordo com o delegado Ivan Lauzid, responsável pelo inquérito, dados da folha de pagamento da universidade eram manipulados, de forma a conceder "incentivo à qualificação de mestrado" a pessoas que não faziam jus ao pagamento.

"Servidores com ensino médio e até fundamental, ou seja, sem o ensino superior, recebiam incentivos para mestrandos e doutorandos", informou o delegado à Agência Brasil. A Polícia Federal estima que pelo menos 344 servidores podem ter recebido benefícios indevidamente. Eles responderão criminalmente por peculato, e os responsáveis pela manipulação vão responder pelo crime de inserção de dados falsos em sistemas de informação. Eles também poderão ser enquadrados no crime de associação criminosa.

Iniciada pela manhã, a operação Stricto Sensu cumpriu 14 mandados de condução coercitiva e três de busca e apreensão em Belém. A ação contou com 57 policiais federais e oito auditores da Controladoria–Geral da União (CGU). Durante a operação, foi levantada a ficha cadastral dos servidores. "Esse levantamento facilitará a identificação de quem recebeu o benefício ilegalmente", disse Lauzid.

Segundo o delegado, o salário dos beneficiados poderia ser aumentando em até 52% para mestrandos e em mais de 70% para doutorandos. De acordo com a PF, a fraude foi detectada no fim de agosto por servidores da própria Ufra. Eles desconfiaram do número excessivo de pessoas que se beneficiavam do "incentivo à qualificação de mestrado".

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