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SC tem mais duas escolas e dois ônibus atacados; total vai a 94 atentados

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

07/10/2014 11h36

A Polícia Militar de Santa Catarina registrou quatro incidentes entre a noite de segunda e a manhã desta terça-feira (7): dois ônibus e duas escolas foram atacados no interior do Estado. Em seu 11º dia, a terceira onda de violência promovida pela facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense) começa a diminuir, considerando que a média de ataques na última semana foi de 13 por dia.

A violência atingiu 31 cidades, com 94 incidentes no total, sendo 41 de ônibus queimados. Três pessoas morreram, duas em confrontos com a PM. Um agente prisional foi assassinado em Criciúma. A polícia prendeu 44 adultos e 13 adolescentes suspeitos de participação nos ataques.

Segundo a Secretaria de Segurança, o declínio nos crimes é resultado das medidas de repressão adotadas desde sábado (4), em conjunto com o Ministério da Justiça. O governador Raimundo (PSD) reassumiu o cargo depois de um mês afastado para disputar as eleições.

A Força Nacional de Segurança e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) montaram barreiras nas divisas do Estado com o Paraná, combatendo a entrada de armas e drogas.

Os alvos principais dos bandidos são o transporte coletivo, policiais e instalações públicas. Entre os quatro atentados das últimas 24 horas, estão duas escolas públicas no interior. Líderes presos nas cadeias do Estado ordenaram os ataques.

SC viveu duas ondas de violência similares, em 2012 e 2013. Segundo a Secretaria de Segurança, nas ondas dos anos anteriores o PGC promovia os ataques para forçar o governo a negociar regalias com os líderes presos. Agora, a motivação seria obrigar a polícia a afrouxar o combate ao narcotráfico.

A facção parecia ter perdido sua força nos presídios catarinenses desde que 40 de suas lideranças foram retiradas do Estado pela Força Nacional de Segurança, ação que botou fim à onda de violência em 2013. Entretanto, novas lideranças ocuparam o espaço dos transferidos.

No sábado (4) as autoridades removeram mais 21 líderes do PGC, desta vez para um presídio federal em Rondônia.

A Grande Florianópolis continua com o sistema de transporte tumultuado. Desde o dia 28 de setembro, os ônibus não têm horário fixo, e as viagens noturnas foram suspensas a partir das 19h. Desde ontem, há ônibus até a meia-noite, sempre com escolta. Blumenau, Joinville e Criciúma também trabalham com escoltas noturnas.

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