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Ministério Público de SC diz que 6 usinas compraram leite adulterado no Sul

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

30/10/2014 19h28Atualizada em 31/10/2014 16h56

O Ministério Público de Santa Catarina divulgou nesta quinta-feira (30) os nomes das seis usinas beneficiadoras que compraram leite adulterado por produtores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul até 20 de outubro.

Os produtos delas ainda estão nas prateleiras dos supermercados do Paraná e São Paulo.

São elas a Danone (Amparo-SP),  Szurra(Candoi-PR),   Sheffa(Amparo-SP),  Bell (Herculândia-SP), Arbralat (Toledo-PR) e Terra Viva (São Miguel do Oeste-SC).

As autoridades sanitárias ainda não conseguiram identificar marcas de fantasia e os lotes contaminados para iniciar o recall. O rastreamento está sendo feito por fiscais federais e também pelas seis beneficiadoras. A soda e outro produtos agregados ao leite alteram sua acidez e podem causar intoxicação e feridas na boca.

As seis empresas compraram leite já adulterado por 11 empresas atacadistas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, até estas serem flagradas na operação Leite Adulterado III, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do MPE de Santa Catarina, em 20 de outubro. 16 pessoas foram presas.

As marcas de queijo sob suspeita são Cordilat, Boa Vista, São Domingos, Anita e Monte Claro

As seis beneficiadoras são tratadas pelas autoridades como também vítimas da fraude. Elas fizeram beneficiamento e venda no varejo por um período ainda não identificado, até o início da operação policial, quando o esquema foi descoberto.

A secretaria de Agricultura de Santa Catarina e o Ministério do Abastecimento trabalharam desde o início para identificar quais empresas receberam o leite adulterado, mas ainda não foi possível chegar aos produtos nas prateleiras.

Em nota oficial, a Danone, uma das usinas que, segundo o MP-SC, compraram leite adulterado afirma que não foi notificada pelas autoridades e que "já adota de forma sistemática medidas preventivas para possíveis fraudes do leite, para garantir a qualidade e a segurança alimentar de seus produtos". Além disso, a empresa afirma que "não está comprando leite das empresas agora citadas".

Segundo a secretaria, as 11 empresas investigadas venderam para as seis beneficiadoras 300 mil litros por dia de produto contaminado (durante um período ainda não conhecido).

O Estado de Santa Catarina produz 8 milhões de litros por dia, sendo que as empresas suspeitas eram responsáveis por 4% da produção.

O MPE/SC informou que as empresas adicionavam sódio, soda cáustica, e peróxido sódio, produtos que alteram a acidez do leite. Os sintomas no consumidor podem variar de dor de cabeça aos mesmos de intoxicação alimentar, além de feridas na boca.

As 11 empresas acusadas da fraude são:

Empresa Cordilat / SC Foods - Cordilheira Alta/SC.
Empresa Laticínios Oeste Lat - Coronel Freitas/SC
Empresa Agro Estrela - Coronel Freitas/SC
Empresa Transportes Irmãos Gris - Formosa do Sul/SC.
Empresa Cooperativa Agropecuária e de leite Milkfor - Formosa do Sul/SC.
Empresa GD Transportes - Formosa do Sul/SC.
Empresa Transportes Douglas - Formosa do Sul/SC.
Empresa Laticínios Santa Terezinha - Santa Terezinha do Progresso/SC.
Empresa Laticínios São Bernardino - São Bernardino/SC
Empresa cooperativa Coopleforsul - Formosa do Sul/SC
Empresa Master Milk - Iraí/RS