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PF prende no Rio neozelandês foragido procurado pela Interpol

Do UOL, no Rio

12/11/2014 16h27Atualizada em 12/11/2014 19h43

A PF (Polícia Federal) no Rio de Janeiro informou que prendeu, no fim da manhã desta quarta-feira (12), um neozelandês que estava na lista de procurados da Interpol por abusar sexualmente de um menino e matar o pai da criança na Nova Zelândia, em 1996, e foi condenado a prisão perpétua. A prisão ocorreu dentro do Cidade Maravilhosa Hostel, em Santa Teresa, na região central da capital fluminense, onde ele estava hospedado.

Phillip Smith, 40, chegou ao Brasil no último domingo (8), desembarcando em São Paulo e seguindo viagem no mesmo dia para o Rio de Janeiro. Segundo a Polícia da Nova Zelândia, Smith fugiu para o Chile na quinta-feira (6) depois de ser autorizado, na semana passada, a deixar a prisão por três dias para visitar parentes.

As autoridades neozelandesas perceberam que ele havia fugido apenas quando o prisioneiro não retornou na manhã do domingo.

Segundo a delegada da PF Maria Izabel Asmuz, os policiais federais chegaram ao prisioneiro foragido depois de receberem mais de uma informação de que ele estava hospedado em Santa Teresa.

Ela disse que as fontes não podem ser reveladas mas não negou que a gerente do local em que ele estava tenha lido uma reportagem sobre a fuga de Phillips e o reconhecido, como revelou a Band. A delegada afirmou que cinco policiais participam da ação. "Foi feito de uma maneira tranquila, ele não resistiu à prisão", afirmou.

O adido policial e detetive superintendente da Nova Zelândia, Mike Pannett, que atua nos Estados Unidos, no Canadá e na América do Sul e está no Rio, contou que o prisioneiro foragido conseguiu sair do país utilizando um documento que tinha um sobrenome antigo.

Segundo Pannett, por circunstâncias familiares envolvendo sua mãe, o criminoso teve o sobrenome trocado de Trennor para Smith.

"A Polícia da Nova Zelândia está investigando pessoas associadas a ele para saber como ele conseguiu os recursos para viajar e planejou a fuga", declarou o adido policial, que agradeceu e elogiou o trabalho da Polícia Federal brasileira. "Também estamos muito gratos aos brasileiros que deram informações sobre a localização do senhor Smith", afirmou Pannett.

O detetive disse ter conversado com o criminoso na sede da PF no Rio, na região central da cidade. "Ele ficou muito surpreso de ver um policial da Nova Zelândia, mas não deu muitas informações sobre como conseguiu fugir. Ele também não falou sobre o motivo da escolha pelo Brasil, mas deu indícios de que planejava ficar aqui por muito tempo", relatou. Segundo a PF, ele não tinha dinheiro quando foi detido.

A delegada Maria Izabel Asmuz disse que os policiais fizeram a detenção do neozelandês para fins de deportação, com base na Lei do Estatuto do Estrangeiro. "Ele entrou no país legalmente, mas informou um motivo não verdadeiro, já que disse que estava vindo a turismo", contou.

Uma decisão da 3ª Vara Federal Criminal, à tarde, determinou que prisão administrativa por 60 dias. Até que se decida sobre a deportação do criminoso, ele ficará no presídio Ari Franco, no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio.

O adido policial disse que as autoridades da Nova Zelândia esperam ter Smith de volta "o mais cedo possível", mas dependem da Justiça Brasileira.