Topo

Comandante da PM promete resposta à morte de policiais militares no Rio

Da Agência Brasil, no Rio

27/11/2014 18h14

O comandante-geral da PM (Polícia Militar) do Rio de Janeiro, coronel Íbis Silva Pereira, afirmou nesta quinta-feira (27), no enterro do policial militar Anderson Senna Freire, 34, morto serviço nesta quarta (26), que a polícia vai responder aos recentes crimes contra PMs no Estado e espera apresentar os autores à Justiça. Ele declarou ainda que “a morte de policiais militares virou uma coisa banal e não é capaz de envergonhar a sociedade”, que está vivendo uma "barbárie".

Este ano, 102 PMs morreram no Estado, dos quais 17 em serviço e 85 de folga. Do total de mortes, 57 ocorreram por assassinato. Senna foi enterrado com um pedido de "basta", escrito nas camisas usadas pelos colegas, formados na mesma turma da corporação. Ele foi assassinado na avenida Brasil, próximo ao bairro de Guadalupe, zona norte da cidade. Lotado no 41º BPM, (Irajá), tinha dois filhos e estava na corporação há seis anos.

O policial Bruno de Morais que estava em serviço junto com Senna, também foi baleado, continua internado e está estável, segundo a PM.

A Delegacia de Homicídios já tem uma pista dos envolvidos na morte de Senna, mas não pode revelar detalhes para não prejudicar as investigações. Segundo Íbis, "é preciso identificar essas pessoas, prendê-las e apresentar à Justiça”. Para o comandante-geral da PM, a corporação tem que fazer operações baseadas no serviço de inteligência, com segurança nas ações e respaldada em informações precisas.

Íbis disse ainda que boa parte da sociedade quer uma polícia mais dura no enfrentamento da violência e a sociedade alimenta o discurso que aposta na guerra como estratégia para vencer o narcotráfico, mas existem formas mais inteligentes, mais racionais e mais democráticas de enfrentar as questões das drogas, passando pela prevenção.

"Nós, brasileiros, temos apostado na guerra e o resultado tem sido esses números alarmantes,  assustadores e vergonhosos. Superar essa realidade é um desafio não só da polícia, mas um compromisso de toda a sociedade democrática. Não são números dignos de uma república. Polícia se faz, acima de tudo, com respeito pela dignidade humana. Eu não tenho dúvida de que vamos conseguir diminuir esses números, que hoje são números de barbárie, agora é preciso que a nossa sociedade se indigne com esses números", declarou Íbis.