"Não somos justiceiros", diz comandante a PMs após série de ataques no Rio
Um dia depois de prometer uma resposta à recente série de ataques contra policiais militares no Estado, no enterro do policial militar Anderson Senna Freire, 34, morto em serviço na quarta-feira (26), o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Íbis Silva Pereira, voltou a falar sobre os crimes durante a solenidade de formatura de 596 soldados, na manhã desta sexta-feira (28), na capital fluminense, e pediu que reação ocorra dentro da lei.
"Não somos justiceiros, somos policiais. A resposta que os criminosos precisam virá, mas sem rasgar nossas leis e nossa Constituição”, declarou Pereira.
O evento com os novos recrutas aconteceu no Cfap (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), em Sulacap, zona oeste da cidade. Durante o discurso, o comandante-geral também chamou para si o compromisso de proteger a corporação. “A partir de hoje, vocês são minha responsabilidade e vou cuidar de vocês", disse o coronel, que foi aplaudido pelos policiais militares e familiares presentes.
Durante a solenidade, ele também prometeu reforçar o policiamento do 41º BPM (Irajá), na zona norte da capital fluminense, onde Anderson Freire era lotado.
Segundo a PM, essa é a penúltima turma de alunos aprovados no concurso realizado em 2010, um processo de contratação de seis mil novo PMs. A próxima formatura será em dezembro deste ano, com 402 alunos.
Íbis Silva Pereira assumiu o comando da PM interinamente no começo do mês, no lugar do coronel José Castro Menezes. Ele permanecerá no cargo até o dia 2 de janeiro do ano que vem, quando ocorrerá a posse do coronel da reserva Alberto Pinheiro Neto, que esteve à frente da divisão de elite da PM, o Bope (Batalhão de Operações Especiais), entre 2007 e 2009.
Rio tem ao menos 57 PMs assassinados
Pelo menos 57 policiais militares foram assassinados no Rio de Janeiro no período entre janeiro e novembro deste ano, segundo estatísticas da PM. A morte de Anderson, na quarta, foi a segunda de um PM apenas nesta semana.
No fim da noite de segunda (24), o soldado Ryan Procópio, 23, foi torturado e morto na favela Vila Aliança, em Bangu, na zona oeste da cidade, após ser sequestrado por traficantes de drogas. O corpo foi encontrado no porta-malas do carro da vítima. Além dos sinais de tortura, houve disparos de fuzil e pistola contra o policial. As mortes de Freire e de Procópio estão sendo investigadas pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
Os dados mostram que a maioria dos PMs que morreram em 2014 teve o homicídio como causa mortis. No geral, foram 102 policiais mortos neste ano, sendo que pouco mais da metade foram assassinados. Desses, 41 estavam de folga e morreram por conta da atividade policial --eles foram reconhecidos por criminosos ou reagiram a assaltos, por exemplo. Já 16 morreram em confronto.
O mês de fevereiro foi o que teve o maior número de PMs assassinados em 2014, até o momento, com seis óbitos registrados. Com uma morte a menos, os meses de junho e agosto também se destacam na análise. No mês de janeiro, por sua vez, apenas um homicídio foi registrado contra um membro da corporação.
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