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Polícia prende suspeito de matar garota a pedradas em Santa Catarina

A jovem Katlyn Dias, 16, foi morta a pedradas em Pouso Redondo (SC) - Reprodução/Facebook
A jovem Katlyn Dias, 16, foi morta a pedradas em Pouso Redondo (SC) Imagem: Reprodução/Facebook

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

18/12/2014 12h30

A Polícia Civil de Pouso Redondo, em Santa Catarina, prendeu na noite dessa quarta-feira (17) o estudante Lucas Bornhausen, 18, suspeito de matar a pedradas a colega Katlyn Dias, 16, em um crime supostamente passional.

Segundo a delegada Carla Miguel, os dois seriam namorados e ela queria terminar o relacionamento. Ele teria confessado a autoria do crime, alegando que foi agredido pela menina durante uma discussão sobre uma suposta gravidez.

Lucas e Katlyn eram alunos da Escola Estadual Anair Margarida Voltolini. Ele estava no terceiro ano e ela cursava o segundo ano do segundo grau.

Katlyn, filha de uma costureira, também trabalhava em uma papelaria. Lucas, filho de um dentista, tinha um carro e praticava esportes durante as tardes livres. Os dois eram bem conhecidos entre os jovens da cidade de apenas 15 mil habitantes, a 220 km de Florianópolis.

Na manhã em que morreu, Katlyn saiu de casa para ir à escola, mas teria dito a amigas que antes iria falar com Lucas para pôr fim ao caso.

Testemunhas relataram terem visto a garota entrando no carro dele, pouco antes das 8h. Katlyn não foi mais vista. Lucas voltou para casa depois das 11h e postou no Facebook: “Eita sono, supercansado”, sugerindo que iria dormir.

Funcionários da papelaria ligaram para a família de Katlyn quando ela não apareceu para trabalhar, dando início às buscas.

Na noite de terça-feira, a polícia foi atrás de Lucas. Ele foi interceptado na estrada a caminho de Blumenau com o pai e foi levado para interrogatório.

Depois de 24 horas na delegacia, ele teria confessado o crime à polícia e levou investigadores ao local onde estava o corpo.

Katlyn foi encontrada morta, após ser espancada com uma pedra, e estava parcialmente coberta por folhas secas, num local isolado da zona rural, a 8 km da cidade.

De acordo com a delegada, Lucas teria dito que os dois conversaram no encontro sobre uma suposta gravidez. Ele teria dito que houve uma briga, a garota o agrediu e ele revidou. Depois que ela estava caída, ele pegou a pedra e bateu nela “até ter certeza de que estava morta”.

O exame do Instituto Médico Legal não confirmou gravidez. A delegada Carla Miguel afirmou que “os dois jamais tiveram relações sexuais”. Exames em Lucas comprovaram que ela lutou com ele, provocando arranhões.

Na versão da polícia, Lucas teria atacado Katlyn, que teria lutado contra os avanços. O delegado Paulo Caixeta disse que, embora a autoria esteja definida, “as motivações do crime precisam ser esclarecidas”.

Durante o velório na capela Voltolini, na manhã desta quinta-feira (18), amigas da garota disseram que ela “vinha por meses tentando se livrar” [de Lucas]. Amigos dele disseram que ele era “um menino rico, educado e estudioso”, sem nenhum histórico de drogas. 

Katlyn foi velada em caixão lacrado porque estava muito desfigurada. Ela vai ser sepultada em Blumenau (a 139 km da capital catarinense).

Lucas foi levado à penitenciária de Rio do Sul. O pai do jovem não quis dar entrevistas. O advogado dele, Rosandro Schauffler, disse que vai esperar a conclusão do inquérito para estabelecer a linha de defesa.